“A rosa púrpura do Cairo” é um filme escrito e dirigido por Woody Allen que foi lançado em 1985. O filme trata da história de Cecilia, uma garçonete que, durante o período da grande depressão, busca no cinema uma válvula de escape de sua vida complicada por problemas conjugais, como o marido bêbado que ela sustenta e problemas financeiros. Cecilia se vê aficionada pelo filme “Rosa púrpura do Cairo” e na quinta vez que está assistindo o filme, o protagonista da história começa a interagir com ela através da tela e depois salta da tela para o mundo real para declarar sua paixão por Cecilia e oferecer à moça uma nova vida(que seriam as ideologias e filosofias dos personagens).
Em seu texto, Gabler afirma que a sociedade tem cada vez mais tentado transformar sua vida em um filme. Que seriam os “lifies” que ele menciona no começo de seu texto. Muitas pessoas desejam (ou já desejaram alguma vez) que o roteiro deste filme pudesse ser verdade, pois vêem os filmes como “realidades” lindas e perfeitas. O próprio diretor do filme (Woody Allen) uma vez falou: “Para mim, a fantasia é que é boa. A realidade não é nem um pouco atraente”.
Para Gabler nossas vidas são como filmes porque somos atores e os acontecimentos acontecem à nossa volta. Com os “lifies” geralmente o conceito de “real” e “fictício” se perdem e temos a dificuldade de diferenciá-los, em um momento do filme o ‘herói’ chega questionar Cecilia de o mundo dela não é ficcional e o mundo dele o real. Em uma das suas falas Cecilia afirma que não liga que ele seja ficcional: "Eu conheci um homem maravilhoso, ele é ficcional mas você não pode ter tudo”. Woody Allen com esse filme talvez quisesse defender que os dois mundos poderiam coexistir, pois o que é produzido na ficção muitas vezes é absorvido pela massa. Ele usa talvez do conceito da “agulha hipodérmica”. Mesmo com tudo isso, o casal acaba se separando, mas o final do filme dá a entender que a história possa se repetir, finalizando o filme com uma cena da moçinha no cinema assistindo a outro filme de amor.
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