GPS, google maps com seu 'mostre-me aqui', 'sorria - você está sendo filmado', perfis de orkut, facebook, flickr, youtube, tumblr etc.
Em parte nos preocupamos, talvez, com a velocidade com que tais tecnologias tomam conta da nossa vida, mas por outro lado não conseguimos nos ver sem ao menos um deles, seja para contar sobre nosso dia em nosso blog ou para fazer comercio, criando uma loja on-line.
Num momento em que o privado se torna público, projetamos nossas particularidades para qualquer outra pessoa e a transparência se torna um ideal. Criamos um personagem, um ego ideal, para ser admirado ou seguido pelas contas virtuais da vida. O voyeurismo é praticado quando todos os dias diferentes pessoas são 'stalkeadas' por curiosidade/prazer.
Nos autocriamos a cada click, a cada pagina exibida ou a cada vídeo acessado. Lemos posts sobre a vida alheia e tomamos partido daquilo que nos inquieta deixando nossos rastros nas caixas de comments.
Busca-se admiradores, pois na época 'big brother' é o interessante. A TV estimula nosso voyeurismo e temos a ilusão de controlar a vida/destino de outras pessoas em programas que 'brincam' de vida real, seja com temática amorosa, profissional, moda etc.
Cria-se polemica, pois é o que a mídia incentiva.
Ter fama, os 15 minutos tão sonhados podem estar representados na quantidade de comentários, no número de visitantes em determinado dia em seu site ou na porcentagem de votos que se recebe quando se participa de algum reality show.
Ao acessar o perfil de alguém numa rede social buscando similaridades e aceitação dentro de certo grupo, desenvolvemos mais um pouco de nossa personalidade ou da personalidade que gostaríamos de expor em nosso dia-a-dia no trabalho, na escola ou na universidade.
Praticamos o fetish da persona que na maioria das vezes não podemos assumir na vida real. Acontece uma conversa entre quem se expõe e quem quer espiar, daí o surto de webcams, álbuns online etc.
Num momento em que até o dinheiro é virtual e os meios sociais convencionais diminuem pouco a pouco pode-se assumir várias identidades ao mesmo tempo, como num grande jogo de RPG em que fabricamos nossos mundos fantásticos/ideais via web nas redes acessíveis ao coletivo, seja ele conhecido e desconhecido.
Vale pensar em como ficarão os relacionamentos e todas as questões sociais com todas as facilidades virtuais que cada vez mais aumentam de número.
A mobilidade que tanto nos favorece em dias corridos, pode nos afastar de costumes antigos como um simples bater papo na praça.
Hoje pode-se namorar online, conversar online, ver filmes e programas em tempo real e até o sexo virtual passa a não ser mais novidade. A tendencia será entregar nossas vidas a tal mobilidade por completo?
Quanto mais pensamos dominar o mundo a nossa volta com ferramentas inovadoras, na verdade nos prendemos cada vez mais em cada uma destas nos tornando produtos de uma maquinaria que nós mesmos criamos.
sábado, 4 de dezembro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário