No dia 22 de outubro de 2009, a estudante do curso de Turismo da Uniban (Universidade Bandeirante), Geisy Arruda, sofreu assédio coletivo por ir ao campus de São Bernardo do Campo com um vestido curto. O episódio ganhou repercussão na internet, após vídeos do tumulto serem postados no 'YouTube', e conquistou notoriedade na imprensa nacional.
A partir deste fato, Geisy Arruda tornou-se a mais nova celebridade e consequentemente a mais nova mercadoria. A estudante recebeu convite do famoso cabeleireiro Julinho do Carmo para realizar tratamento de beleza e, ao fim do tratamento, mostrar sua transformação. Sua imagem – a de uma estudante humilde e vaidosa – foi usada para mostrar o potencial das novas técnicas de beleza para transformar mulheres comuns em verdadeiras celebridades.
No seu livro “Vida, O Filme: Como o entretenimento conquistou a realidade”, Gabler chama atenção para a tática da publicidade na qual “as mercadorias se tornam personalidades, assim como as personalidades se tornam mercadorias” – o que ocorreu com a estudante de turismo. Ainda segundo o autor, a publicidade, utilizando um ator ou personagem, sugere que a aura da celebridade penetra no consumidor que usa o produto indicado. Ou seja, qualquer mulher pode tornar-se uma bela mulher basta fazer uso do mesmo tratamento de beleza.
Para Gabler, “não é o valor que cria a celebridade, a celebridade que cria o valor”. Aproveitando a fama, a estudante lança grife com coleção “Rosa Divino” baseada no famoso vestido que protagonizou toda a situação que a tornou famosa: modelos curtos, apertados e cor-de-rosa – modelo antes considerado imoral.
sábado, 4 de dezembro de 2010
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