Dificilmente alguém não está ligado de alguma forma à web no séc XXI. Mesmo sendo uma mídia recente, a internet encontra-se em um processo avassalador de aceleração de sua própria evolução, já se tornando, de longe, o meio de comunicação mais eficiente, do ponto de vista de velocidade e tecnologia, de todos os tempos.
Navegando na rede, não há limites. A infinidade de produtos esperando para serem consumidos nos levam a adotar um comportamento mais direcionado, ainda que a perda do foco seja bastante recorrente. A partir do momento em que sentamos, deitamos, ou nos coloquemos à frente do computador, nossa cabeça já começa a trabalhar. Há nela um processo seletivo que, inconscientemente, já nos faz acessar o que o momento pede. E o momento quase sempre é de lazer, relaxamento, fuga da rotina.
Levando em conta o desejo de entreter e a capacidade de criação cibernética e combinando as duas com um jogo de proveito sobre as fragilidades do ser humano e sua necessidade de estar sempre cultivando uma imagem positiva, deu-se o surgimento dos sites de relacionamentos, uma febre contemporânea. Mas o que explica esse fenômeno?
É o Show do Eu aflorando dentro de cada um de nós. O anseio pela conquista da aceitação e, guardadas as devidas exceções, ninguém está imune. Com apenas alguns cliques podemos, em segundos, criar um eu muitas vezes longe do eu verdadeiro. Os sites de relacionamentos nos permitem inventar, mentir, enganar. E na grande maioria dos perfis é o que realmente acontece.
Em um mundo onde a principal forma de ação é a competição, o lado mais humano do ser não poderia ficar pra trás. A emoção fala mais alto e, uma vez inseridos em uma sociedade espetacular, não há como não aderir. Pro ego, o que importa é o reflexo, a imagem. E a imagem que se passa é a que se constrói, e não a de sua natureza. É a que passa despercebida pelos mais próximos, mas aos olhos dos demais é uma verdade que não se contesta.
A internet e os sites de relacionamentos vêm se tornando algo tão ‘’essencial’’, que corremos o risco de estarmos fazendo parte da versão moderna do velho conto da mentira que de tantas vezes contada se torna verdade. Daqui a pouco não saberemos o que realmente é e o que não é. Apesar de alguns acreditarem que toda fantasia tem um limite. O que não deixa de ser verdade. A capacidade de manipular vem se sofisticando cada vez mais, mas há sempre o gesto que trai.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
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