sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A crítica de Andrew Keen a Web 2.0 por Evelin Silva

Mesmo com o seu enorme poder, o uso da Web 2.0, possui opositores bem fortes. O escritor norte-americano Andrew Keen é um deles e ficou conhecido por suas críticas ao fenômeno, no livro do qual foi o autor: The Cult of the Amateur(2007).

De maneira geral, o capítulo 1 do livro ‘‘ O culto do Amador’’ (lançado no Brasil em 2009), enfatiza o pessimismo de Andrew Keen quanto ao uso da Web 2.0, comparando os usuários a macacos digitais, de forma que, considera as criações dos internautas como ‘‘uma interminável floresta de mediocridade’’ (p. 8).

O objetivo do autor é mostrar aos leitores o impacto destrutivo que a revolução digital está provocando em nossas vidas. Como exemplos, Andrew Keen cita as redes sociais (MySpace, Orkut, Facebook) como: ‘‘ as formas mais narcisistas de fazer propagandas de nós mesmos’’. Além disso, o autor dá bastante ênfase ao poder da Wikipédia, em que, a qualquer momento, qualquer pessoa, pode fazer alterações em seu conteúdo, questionando assim, o poder de confiabilidade do mesmo.

Outra questão levantada pelo texto é o poder do anonimato que a web gera aos seus usuários. Daí então, ele destaca o crescimento exponencial dos blogs na rede mundial de computadores, de forma que considera essa explosão de ‘‘blogueiros’’, na maior parte das vezes, como pessoas que querem falar somente sobre suas vidas pessoais.

Dessa forma, e com vários exemplos, Andrew Keen, reforça a idéia de que a informação que nos é passada diariamente pelo meio virtual está passível a declínio de qualidade e confiabilidade. Pois, segundo ele, o que existe hoje, é um culto ao amador ao invés do especialista.

Por fim, o trecho seguinte reforça a opinião do autor:‘‘ Chegou a hora do amador, e agora é a platéia quem está dirigindo o espetáculo.’’ (p. 36)

Abaixo, segue o link do blog de Andrew Keen em que além de informações sobre o autor, pode-se encontrar uma entrevista do mesmo a Globo News, em que ele argumenta a sua opinião quanto ao uso da Web 2.0. Vale a pena conferir!

Fontes: KEEN, Andrew. O culto ao amador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar., 2009. (páginas 7 a 36)

Site: Andrew Keen

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Espetacularização Dos Programas De Televisão por Marcela Miranda

Em sua obra “A Sociedade Do Espetáculo” Guy Debord aborda que na sociedade a realidade se mistura com a ficção e o individuo passa a viver uma representação, baseada nas aparências e no consumo tendo no final sempre um espetáculo. Basta observar nos últimos tempos alguns programas como “Casos de Família” apresentado pela jornalista Christina Rocha que é baseado nos conflitos interpessoais que acontecem entre membros da mesma família, vizinhos e até no ambiente de trabalho. Tornando esses problemas pessoais que teoricamente deveriam ser resolvidos particularmente em grandes espetáculos.



Pela necessidade de garantir o nível de audiência a apresentação desses tipos de programação deixa clara a principal estratégia: chamar a atenção do telespectador mostrando histórias de vida utilizando sempre a dramatização, o jogo, explorando os desentendimentos.

Outro exemplo é Programa da Márcia apresentado pela Márcia Goldschimidt vinculado pela TV Bandeirantes com o mesmo princípio de entrevistas, convidam profissionais como psicólogos e advogados para ajudar no desfecho de cada caso - paixões, traições, desencontros. Outro quadro de seu programa é “Espelho, Espelho Meu” que transforma o visual de pessoas descontentes com a aparência, vendendo a idéia de que apenas um corte de cabelo e um tratamento dentário dão uma nova vida a pessoas, exemplificando o que Neal Gabler enuncia que as pessoas acreditam que são transformadas pelas mercadorias que são induzidas a consumirem “ E essas transfiguração não se limitava à aparência;era também uma questão de mudar a maneira como a pessoa se sentia a respeito de si mesma.”( Vida, O Filme, pagina 195).

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mineiros chilenos: Sob a terra e os holofotes – Uma possível análise do caso pela perspectiva de Debord e a Sociedade do Espetáculo por Milena Pereira

Dia 5 de agosto de 2010; um dia aparentemente como outro qualquer não fosse um acidente que viria a marcar a história.

No Chile, 33 mineiros ficam presos após serem soterrados em decorrência de um acidente numa mina de cobre onde trabalhavam.

Tal acidente ganhou notoriedade na mídia que por sua vez acompanhou os 69 dias de intensa angústia tanto para os presos quanto para os telespectadores.

O resgate, por sua vez, aconteceu no dia 13 de outubro, e fora visto e comentado por todo o planeta em tempo real graças à uma cobertura feita por satélite.

Após terem sido resgatados, os mineiros ficaram ainda mais sob os holofotes mundiais. Suas histórias particulares tornaram-se tema de jornais e revistas; empresas premiaram os vitimados com seus produtos ( como a Apple que ofereceu Ipods para todos); ídolos do futebol mandaram camisas, ofereceram visitas do grupo aos maiores e mais importantes estádios; empresas de turismo ofertaram viagens ( incluindo um cruzeiro pelas Ilhas Gregas); além de os mineiros chilenos terem caído nas graças dos programas de TV.

Com tudo isso, os tais chilenos tornaram-se celebridades, famosos aos olhos do mundo, e suas vidas foram maciçamente espetacularizadas.

Guy Debord sugere em seu livro “A sociedade do Espetáculo”, que seja difícil identificar de onde provém a espetacularização. É difícil definir até que ponto a espetacularização do eu é desejada ou é a resposta a um estímulo social; trata-se de uma difícil tarefa identificar onde começa e onde termina o desejo pessoal e a pressão social.

Para Debord, a sociedade Ocidental estaria se convertendo em um novo estágio do capitalismo, que seria justamente a dita sociedade do espetáculo. Nesta idéia de sociedade o real e a ficção seriam imbricados de forma tal que não saberíamos mais distinguí-las; nossa vida passa a ser encarada como um espetáculo em geral, onde não se identifica os fios tênues que definem o que seria verdade ou mentira, realidade ou invenção... o espetáculo é o todo geral.

Debord afirma que a sociedade do espetáculo é a sociedade da aparência, do parecer e do aparecer. No caso dos mineiros, o fato de aparecerem na mídia como sobreviventes de um dito “milagre” os fez parecerem de fato um milagre, um indício de que o que parece impossível pode de fato acontecer.

Percebido esta idéia, Hollywood se interessou pela história dos mineiros chilenos que, ao que tudo indica, terão seu fatídico episódio de vida representado nas telonas de cinema sob orientação da produtora do super astro Brad Pitt.

Como pôde notar-se, ao que parece, o caso dos mineiros chilenos ainda permanecerá um tempo sob os holofotes desta sociedade do espetáculo em que vivemos.

REALITY SHOWS - Do exibicionismo à gladiatura psicológica

Por Regiane Santos em 23/6/2009

Gladiatura psicológica mesclada ao exibicionismo e voyeurismo de potenciais candidatos à fama ou pseudo-famosos integram os principais ingredientes da bem-sucedida fórmula que garante altos índices de audiência aos reality shows produzidos no Brasil.

Formato explorado à exaustão pelas emissoras de televisão comerciais, visto o considerável número de edições, os shows de realidade expõem a intimidade de seus participantes, rendendo, assim, a todas as partes envolvidas, elevadas cifras que engordam suas contas bancárias.

Embora tenham surgido programas no formato de reality shows ainda na década de 1940, os espetáculos da pós-modernidade emergem ao grande público somente no final dos anos 90 com a criação do Big Brother por John de Mol, proprietário e executivo da emissora de televisão holandesa Endemol.

"Competitividade semeia discórdias"

Inspirado no livro 1984, de George Orwell, no qual um governante déspota manipula seu reino através de câmeras de vídeo, o Big Brother, assim como o político na obra de ficção, vigia seus discípulos por intermédio da tecnologia.

Diante dos atentos olhos eletrônicos espalhados por uma confortável e bem decorada casa, nada passaria despercebido. Baseado nesta premissa, George Orwell apimenta ainda mais sua idéia ao conceber um novo produto midiático que pretende reunir pessoas que, anteriormente, nunca haviam compartilhado sua rotina em um mesmo ambiente.

Mesmo sem gostos e hábitos semelhantes, os participantes dos reality shows iniciam sua estada nas mansões de luxo projetadas para o game contagiados pela disposição de estabelecer elos de cumplicidade com seus companheiros de confinamento.

Mas bastam alguns dias para que a crua realidade bata à porta destes shows, adentrando, avassaladoramente, naquele recinto, transmutando o "mar de rosas" ali existente em um oceano de ressentimento, mágoa e raiva, sentimentos que, combinados, culminam em ferrenhas brigas que beiram a agressão física.

"Em um primeiro momento, tudo era um todo perfeito. Os sonhos pareciam ter teto, assoalho e paredes de real. Os sujeitos foram convidados – compunham um seleto grupo de privilegiados, vocacionados a vencer.

A Casa, em sua fisionomia de concreto, era olhada com encômios. Era bela. Tudo parecia estimular o otimismo, que, por sua vez, tinha pose do pretenso êxtase. O paraíso existia, através da ribalta televisiva, embalado pelas cantigas do pensamento mágico.

Os sujeitos se encontravam envoltos no halo da solidariedade. Uns amavam os outros desde a primeira infância. Todos tinham poder-libido dominante. Aos poucos, algumas cáries emocionais começam a vir à tona. O desejo de ficar na Casa, convivendo com a possibilidade de ser eliminado. Foi a antítese da votação, que começa a roubar a cena com conseqüências específicas. A competitividade faz a semeadura das discórdias" (RAMOS, Roberto).

Lucros exorbitantes

As emissoras transmitem aos telespectadores um "belo" espetáculo de gladiatura psicológica inspirado no massacre que integrava o entretenimento na antiga Roma, capital da Itália.

Ao invés de assistir a brutais agressões regadas à sangue, fruto de lutas em arenas entre gladiadores, o público acompanha, confortavelmente, através de seus aparelhos de TV, participantes que criam intrigas, vomitam palavrões durante agressivas discussões e formam complôs.

"Aparentemente, estão apenas conversando, namorando, fazendo ginástica, indo a festas. Mas nós (e eles) sabemos que estão se digladiando para eliminar os outros e vencer" (MINERBO, Marion).

Escolhidos pela produção destes reality shows, os gladiadores, ou melhor, os participantes, devem, além de se enquadrarem aos estereótipos apreciados pelo público, ser polêmicos, para render, através de suas personalidades dicotômicas e explosivas, ferozes confrontos que irão garantir audiência aos canais de televisão e, conseqüentemente, exorbitantes lucros, uma vez que haverá um considerável demanda por merchandising motivada pelo grande número de pessoas que permanecem, naquele horário, grudadas em frente à tela da TV.

"Como os participantes do BBB, os gladiadores também lutavam entre si até o fim. A luta entre gladiadores era totalmente realista e isso empolgava as platéias de Roma" (MINERBO, Marion).

Espetáculos da pós-modernidade

Além da gladiatura psicológica que eleva os índices de audiência das emissoras de televisão brasileiras, e, conseqüentemente, proporciona altas cifras à suas contas bancárias, os corpos dos participantes são expostos à exaustão para desencadear, também objetivando elevar as receitas dos canais de tevê, o voyeurismo entre os telespectadores que observam, obsessivamente, o físico daquelas cobaias aprisionadas em um zoológico humano como fonte de prazer.

"Os homens bonitos e com corpos atléticos, as mulheres histéricas e siliconadas: tudo isso cria um viveiro sintético que, exerce certo fascínio sobre o público.

A natureza perversa dessa espécie de espetáculo reside precisamente nisso: os sujeitos tendem a se reduzir a corpos mais ou menos erógenos, objetos de prazer (até onde é possível para o público)" (RÜDIGER, Francisco).

Mas se tal exibicionismo não agradou ao público que ceifou o participante da corrida pelo tão almejado prêmio em dinheiro prometido ao vencedor do game, a maioria, especialmente o sexo feminino, perpetua a exploração do voyeurismo na tentativa de compensar a perda financeira provocada pela eliminação do reality show.

"Big Brother e Casa dos Artistas são uma mistura de participação dirigida, encenação realista e promoção mercadológica, representado por elencos cuja formação é feita sobretudo por artistas fracassados, cantores obscuros, atores marginais, promotores de eventos, modelos estereotipados etc. As pessoas foram recrutadas por critérios de representação mercadológica, em vez de sociológica.

Conseguir contratos para fazer publicidade, participar de convenções empresariais, animar grupos de auto-ajuda e posar sem roupas, de pernas abertas, em revistas eróticas, são alguns dos benefícios proporcionados pela meteórica aparição nestes espetáculos da pós-modernidade" (RÜDIGER, Francisco).

Proliferação vertiginosa

Em constante decadência desde a popularização da internet no país, as emissoras de televisão procuram, desesperadamente, alternativas para alavancar suas receitas.

Os reality shows geram consideráveis lucros aos conglomerados de comunicação. "As empresas não escondem que os programas são vistos como um negócio: é sobretudo nessa linha que ‘todos’ os tipos de exibicionismo são muito bem explorados" (RÜDIGER, Francisco). De acordo com notícias divulgadas pela mídia nacional, a última edição do BBB gerou à Rede Globo de Televisão receita superior a R$ 100 milhões.

Estes são falsos shows de realidade – uma vez que "no reality show faz-se do defeito, virtude. A graça toda consiste em não sabermos ao certo quanto de representação consiste e quanto de realidade há naquilo tudo. O reality show é um espetáculo e, ao mesmo tempo, é `de verdade´. Os participantes do BBB são pessoas comuns lutando por ascensão social e, nesse sentido, são `de verdade´. Mas há uma dimensão de representação, já que se trata de um jogo que eles representam pessoas comuns lutando por ascensão social" (MINERBO, Marion) – proliferam vertiginosamente pelos lares brasileiros em função, especialmente, da ausência de fiscalização de governantes, opinião pública e população que, mesmo diante deste "circo de horrores", curvam-se perante os conglomerados midiáticos como súditos curvam-se diante do rei, mesmo sendo públicas as concessões destas emissoras.

"O principal objetivo da televisão comercial é vender audiência, reduzindo o papel do telespectador ao de um mero consumidor" (CARVALHO, Cristiane Mafacioli).

Banalização completa

Sem propor debates sobre o conteúdo dos programas a serem exibidos por tal meio de comunicação, a população, especialmente a classe econômica com menor poder aquisitivo, cuja principal fonte de informação e lazer restringe-se à televisão, parece fadada a permanecer refém da gladiatura psicológica, exibicionismo e voyeurismo para atender aos interesses financeiros da grande mídia.

Frente a esta apatia, a televisão afasta-se do ideal de exibir programas que aliem entretenimento à informações de qualidade, uma vez que a televisão tem a capacidade de "criar, contar e compartilhar histórias e, conseqüentemente, programas que sejam úteis e que estimulem não somente uma democratização da sociedade, mas também uma mudança no foco desta completa banalização que assolou a comunicação social" (BORGES, Gabriela).

Fonte: Observatório da Imprensa

Dica da Taci

domingo, 21 de novembro de 2010

Análise da reportagem "Onde fica a privacidade?" por Liana Vasconcellos

ONDE FICA A privacidade?

Adriana Barsotti

Vinte e um anos depois de ter escrito “A sociedade do espetáculo” (Contraponto), o filósofo francês Guy Debord afirmou, em 1988, comentando sua própria obra: “Posso me gabar de ser um raro exemplo contemporâneo de alguém que escreveu sem ser imediatamente desmentido pelos acontecimentos”. Se estivesse vivo, teria mais motivos ainda para se gabar. O livro, escrito numa época em que não havia YouTube, blogs, fotologs e redes sociais, afirmava que o espetáculo era a principal produção de uma sociedade que privilegiava a visão. O que diria ele agora das redes sociais com georreferenciamento, o mais recente fenômeno digital, onde todos não apenas querem ser vistos, mas localizáveis? Com algumas diferenças, elas funcionam assim: ao chegar a determinado local, o usuário, através de seu celular, recebe uma lista de restaurantes, supermercados, parques, academias, farmácias, shoppings ou qualquer outro tipo de estabelecimento perto de onde se encontra. A partir daí, ele pode encontrar na lista o local onde está e fazer um check-in. Se ele ainda não estiver cadastrado, ele mesmo pode fazê-lo. Ao fazer seu check-in, ele pode optar comunicá-lo aos seus amigos da rede social móvel que está utilizando e também à sua rede no Facebook e no Twitter. Além de revelar sua localização, ainda pode acrescentar alguma mensagem do tipo: “afogando as mágoas num milk-shake de chocolate”. Também pode não comunicar a ninguém, opção que parece bem menos atraente aos usuários.

Com o limite cada vez mais frágil entre o público e o privado e as possibilidades de superexposição multiplicando-se, o que estaria motivando essa ditadura da intimidade, que agora pode ser literalmente mapeada? Um novo conceito de privacidade estaria surgindo? As redes sociais que usam o GPS trazem várias discussões à tona: o uso mercadológico, pois na Europa e nos EUA muitas já oferecem vantagens a seus usuários, a da falta de segurança — se você está em algum lugar é porque não está em casa — e a da falta de privacidade, foco deste debate.

— A intimidade hoje não é a mesma do século passado. Vivemos numa sociedade
confessional — analisa o psicanalista Chaim Samuel Katz.

Comentários

Adriana Barsotti tem toda razão ao afirmar que a ideologia de Guy Debord está mais do que atual. Estamos vivendo em uma sociedade que privilegia a visão, o exibicionismo e a super exposição do ego.

Na continuação da reportagem, nossa professora Paula Sibília( autora de “ O Show do Eu: a intimidade como espetáculo”) afirma que hoje todos nós somos localizáveis e disponíveis o tempo todo e como é paradoxal que a retórica desses dispositivos midiáticos jogue com a liberdade, pois estamos cada vez mais presos.

Entretando, Vinícius Pereira(diretor do Pan-Media Lab), acredita que o exibicionismo é apenas um dos motivos para o uso das redes sociais e afirma que estas podem ser poderosas fontes de informação: um condutor ao postar as condições do trânsito em uma dessas redes, está enviando informações de interesse público aos outros motoristas e assim por diante.

Vale ressaltar também que não foi só o conceito de privacidade que mudou, o de vigilância também. A sociedade disciplinar descrita por Foucault, onde o vigiar estava diretamente relacionado à punição, em instituições de confinamento como prisões, escolas, fábricas e hospícios, deu lugar a uma sociedade com sistema de recompensa, onde é possível ganhar desconto, vantagens e prêmios e ter seus cinco munitos de fama de maneira fácil e rápida.

O psicanalista Chaim Samuel Katz, autor de “Complexo de Édipo”, afirma que vivemos hoje numa sociedade confessional, onde existe uma multiplicidade de “eus” e onde é possível ter várias identidades dependendo das circunstâncias. A cada segundo milhões de internautas postam nas redes sociais( Facebook, Orkut, Twitter….) onde estão, o que estão fazendo, aonde vão e muitas outras informações pessoais, que põem em risco a questão da segurança. É literalmente uma sociedade confessional, que “confessa”todos os detalhes e ações do seu cotidiano.

Daqui a alguns anos veremos até que ponto essa super exibição e esse espetáculo perene da vida social foi benéfico ou não para nós. Por enquanto, o que nos resta fazer é: postar…postar e…… postar.

Escolhi este texto para o blog porque achei ele muito interessante, além de abordar vários tópicos que vimos em sala de aula. Espero que vocês apreciem!! Se alguém tiver interesse em ler a reportagem completa é só me mandar um e-mail: liana-vasconcelos@uol.com.br.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

YouTube recebe mais de 50 mil horas de vídeo por dia

Volume é equivalente a 176 mil filmes de duas horas.
Google atribui aumento à facilidade de envio por celular.


O YouTube divulgou na quarta-feira (10) que o site recebe, a cada minuto, 35 horas de vídeo, 11 horas a mais do que em março deste ano.

Segundo o blog oficial do YouTube, o site recebe cerca de 50,4 mil horas de uploads por dia, o equivalente a 176 mil filmes de duas horas de duração por semana.

Conforme o post, se o volume de vídeos mensais fosse transmitido por uma rede de televisão, poderia encher sua programação durante os próximos 60 anos.

O Google atribui esse aumento ao crescimento em 50% da duração dos vídeos – de 10 a 15 minutos –, ao tamanho das gravações (que subiu para até 2GB), e ao fato de que, atualmente, é mais fácil enviar conteúdo por meio de aparelhos celulares.

Fonte: G1

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Transcultura: Projeto on-line do cineasta David Lynch chega ao fim com 121 depoimentos de pessoas 'normais'

Chegou ao seu fim programado o The Interview Project, uma iniciativa exclusivamente on-line, idealizada por David Lynch. Ao longo de dez semanas, Austin, filho do diretor, percorreu mais de 30 mil quilômetros pelos Estados Unidos com sua equipe, em busca de pessoas que foram escolhidas e entrevistadas aleatoriamente.


No total foram 121 entrevistados, encontrados em bares, nas portas de suas casas ou até mesmo à beira das grandes rodovias americanas. A primeira entrevista foi publicada no primeiro dia de junho do ano passado, e desde então, a cada três dias, uma nova entrevista era postada no site.

No projeto, é traçado um panorama da classe trabalhadora, através do qual é possível mergulhar profundamente na riqueza das histórias de pessoas "normais". Os vídeos têm entre três e cinco minutos de duração, sempre com uma introdução do próprio Lynch. Eles se resumem ao testemunho espontâneo dos entrevistados sobre suas vidas, em que respondem a questões como "Quais eram seus sonhos de criança?" ou "Como foi seu primeiro encontro com a morte?".

É muito comum entre os entrevistados a idade avançada (por volta dos 60 anos), e também o fato de serem trabalhadores informais ou empregados mal remunerados. A atmosfera das entrevistas nos lembra muito o filme "História real" (1999), no qual Alvin (Richard Farnsworth), de 73 anos, dirige um pequeno trator de cortar grama por quase 500 quilômetros para se reconciliar com seu irmão e no caminho conhece várias pessoas à margem da estrada.

Não é de hoje que David Lynch se revela um grande fã da internet. Antes da era YouTube, ele já publicava vídeos em seu site, como curtas e vídeos experimentais que não poderiam ser exibidos em salas de cinema por conta do altíssimo custo. Em 2002, ele lançou a série de curtas chamada "Rabbits", que depois veio a ser reaproveitada no filme "Império dos sonhos" (2006). Graças à internet ele aprendeu sobre After Effects, animação em Flash, além de ter descoberto e se apaixonado pelo vídeo digital.

Fonte: Jornal O Globo

terça-feira, 2 de novembro de 2010