segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

“Na Natureza Selvagem” e a tentativa de rompimento com a sociedade de controle. - Por Diogo Cruz



Ao assistir o filme “Na Natureza Selvagem” é impossível não fazer uma associação com as teorias de Deleuze.
O filme – baseado num livro homônimo – conta a história de Chris McCandles que em pleno início da década de 90 do século XX, decide por motivos pessoais e insatisfação com o mundo, viver uma vida sem regras e sem controle, distante de famílias e amigos.
Neste caso a associação se dá justamente porque Chris, um individuo contemporâneo parece perceber que embora não vivamos mais no auge da sociedade disciplinar, mas sim num momento em que as instituições estão em crise e o controle não é mais normativo e confinador, ainda assim não deixamos de estar presos num controle, que embora menos severo e ardiloso, nos monitora e nos dá essa falsa sensação de liberdade quando na verdade estamos presos numa moratória ilimitada.
Ir contra esta moratória ilimitada que é baseada numa sociedade corrompida pelo dinheiro e fundamentada nos modos de produção capitalista é um dos objetivos de Chris. Ele se desfaz de luxos, regalias que sua família pode proporcionar e todo o dinheiro que tem e parte para a fuga de uma sociedade que, assim como afirma Deleuze, quer formar corpos consumidores.
Indo em direção oposta ao que afirma Deleuze que acredita não haver escapatória para este controle Chris se distância de todo e qualquer objeto que o posso torná-lo localizável, abandona seu carro, queima seu dinheiro, quebra seus cartões de créditos e documentos e altera até mesmo seu próprio nome – estabelecendo assim uma falsa cifra - para tornar essa sua fuga social a mais bem sucedida possível. É a tentativa de se afastar de qualquer dispositivo de controle que se ocupa de informações resultantes das várias ações individuais.
Durante quatro anos McCandlles consegue cumprir seu objetivo, se mantendo o mais distante possível da sociedade. Seu objetivo é apenas o contato com a natureza e as únicas pessoas com que ele mantém contato são aquelas com quem ele esbarra no decorrer de suas andanças.
Porém se Chris conseguiu escapar do controle da sua família durante quatro anos, não deixando nenhum vestígio por onde andava, isso foi alterado quando seu corpo é encontrado no Alaska e a notícia de sua morte sai no jornal. Chris de fato não deixou nenhum registro tecnológico mas deixou história pelo caminho, e bastou a noticia de sua morte sair em um meio de comunicação para que ele, que queria fugir sem deixar rastros, fosse lembrado pro todos aqueles que cruzaram seu caminho. Daí para sua família chegar a seu paradeiro foi rápido. Porém foi preciso que sua morte fosse noticia para que essa localização se desse.
Se nas sociedades disciplinares, como mostrava Foucault, a maneira de se estabelecer uma normalização social era ser confinado em escolas e para aqueles que se recusam ser corpos dóceis, normais e produtivos a solução era a prisão, na sociedade de controle a vigilância se faz de dentro para fora, não é mais o medo que normaliza mas sim a moral. É o próprio dominado que pratica a sua auto-dominação. Porém Chris durante sua utopia das as costas a este controle. Ele não permitiu que esse controle moral ocorresse, nem de fora pra dentro e nem de dentro para fora.
Por fim o que podemos tirar da história de Chris é que no seu final mais uma vez o capitalismo acabou por incorporar as armas que foram utilizadas contra ela mesma. Se Chris queria fugir dessa sociedade enquanto vivo após sua morte sua história acabou sendo apropriada e tonando-se filme e livro.
E aquele que queria apenas ignorar a sociedade capitalista de controle acabou tornando-se produto dela e toda a sua fuga acabou tornando-se um espetáculo.

Lombardi , um espetáculo de voz. - Por Enio Graeff



O recente falecimento de Luiz Lombardi Neto, natural do estado de São Paulo gerou grande repercussão em todos os meios de comunicação. O locutor tornara-se famoso após ter trabalhado por mais de 40 anos junto do empresário e apresentador de TV, Sílvio Santos. Anteriormente, já havia trabalhado também como locutor na TV Paulista, afiliada da Rede Globo de Televisão no estado. Foi lá que conheceu Sílvio Santos, o homem que o tornou a voz mais conhecida e misteriosa do Brasil.
Todo esse suspense e curiosidade que cercava a voz de Lombardi devem-se à decisão da emissora, SBT (antiga TVS), em ocultar a imagem do locutor que marcava as chamadas das atrações nos programas de Sílvio Santos e também os anúncios comerciais. Além disso, também estabelecia uma relação muito dinâmica e descontraída nos programas do empresário. O locutor era figura presente em todos os domingos e as atrações mais vistas da emissora no Brasil, tinham sua voz registrada.
O vídeo que segue esta análise é uma homenagem do Jornal do SBT, escrita pelo jornalista Renato Dilago, após a morte de Luiz Lombardi Neto. Eis aqui um trecho do escrito ao qual serão associadas algumas idéias sobre teorias da comunicação. “O timbre forte e inconfundível, aveludado, doce, grave, tão claro e alegre a ponto de fazer o dinheiro parecer mais valioso. O real ainda mais real. A bicicleta ainda mais bonita. O tênis ainda mais desejado. Afinal era a voz dos prêmios, da esperança. Esse personagem sem rosto, nem figurino surge como uma força que vem do alto, é quase a consciência do apresentador.”
Visto o que foi ressaltado do texto, é imprescindível não citar e relacioná-lo com as idéias múltiplas expostas em forma de teses na obra de Guy Debord sobre a sociedade do espetáculo. Em especial, a tese de número 4, que diz: “O espetáculo não é um conjunto de imagens, mas uma relação social entre pessoas, mediada por imagens.” Com base nesta afirmação e fazendo alusão ao trecho do texto do jornalista, é possível explicar essa interação da espetacularização com o que gira em torno da voz do Lombardi da seguinte forma: a voz do locutor possui tanta importância em decorrência da relação que a sociedade estabelece para si, através de marcos característicos, referências sociais, ou seja, das imagens. É a partir dessas considerações que, segundo Renato Dilago, Lombardi conseguia fazer o dinheiro parecer mais valioso, o real ainda mais real, a bicicleta ainda mais bonita e o tênis ainda mais desejado.
Porém, o espetáculo não se constrói somente através dessa maneira. Neal Gabler nos ajuda a pensar em sua obra, Vida o filme, sobre o papel dos meios de comunicação nesta história. Por exemplo, a escolha da emissora em não exibir o rosto do locutor é um tipo de artifício para exprimir a idéia de suspense e mistério. Esse artifício é chamado por Glabler de elemento cênico.
Conforme os paralelos traçados, podemos agora assistir ao vídeo do telejornal:

sábado, 12 de dezembro de 2009

Captalismo Selvagem - Por Teresa Cristina Barros

Mais uma música saldando a Muerte ao "Capitalismo Selvagem"



Capitalismo Selvagem
Letra e Música: Andread Jó

"Muerte ao capitalismo salvaje (2x)

Eu não preciso ser doutor
Pra me ligar que a situação não está legal
O sistema escravo já passou
E os poderosos insistem em continuar
Escravidão mental, lavagem cerebral, corrupção liderada pelo capital (2x)

Muerte ao capitalismo salvaje (2x)

Não ligue a TV para não se assustar
O crime e a miséria em primeiro lugar
E as instituições estão falidas
Olha a nossa cara e vê se ela tá bonita"

Na versão de Andread Jó, nascido e criado em Fortaleza, iniciou-se na música com uma imensa vontade de utilizar-se dela como um veículo de informação, dando assim sua contribuição para uma sociedade que carece de educação e cultura, denunciando as desigualdades sociais e atentando os jovens sobre os efeitos e conseqüências do uso de drogas que vem destruindo famílias e a vida dos brasileiros. Hoje vive na França pois "Como é de conhecimento geral, viver de arte no Brasil ainda é uma tarefa difícil..."


E prá despedida um retrato de autoria desconhecida que dispensa comentários:

Dica da Teresa

Um breve intervenção de Arnaldo Jabor:
O homem-bomba matou o "eu"

O GLOBO - 01/12/09

"Ultimamente, dei para falar sozinho. Não falo baixinho não, falo sozinho mesmo, principalmente à noite, deitado na cama e tentando entender o que se passa comigo. Falo alto e chego a ficar com medo. Medo de quê? Medo de entender quem fala com quem, quando falo sozinho. Eu falo e ouço ao mesmo tempo. Mas, quem ouve o que eu falo? Por exemplo, se eu disser no escuro do meu quarto: ‘Onde eu errei naquele amor?’ Tenho medo de que alguém me responda na sala ao lado, de dentro do banheiro vazio, onde pinga o chuveiro e a privada gorgoleja. Uma coisa que me intriga é a forma de falar sozinho; devo falar com todos os ‘ss’ e ‘rs’, ou posso falar desleixadamente, pois afinal de contas eu sei o que estou falando?

Aliás, nem preciso falar alto. Basta pensar entre resmungos, gemidos e risos abafados; mas, aí me assalta outro medo: há dentro de mim uma terceira pessoa ouvindo o diálogo de mim comigo mesmo? Mas não resisto aos clamores da norma culta e tento falar com alguma qualidade literária para mim mesmo. Assim, aumenta minha angústia. Uma pessoa fala - que sou eu -, outra pessoa ouve - que sou eu -, e uma terceira pessoa julga a qualidade do meu discurso, que também sou eu. Estarei maluco? Escrever também. Para quem eu escrevo isto aliás? Escrevo para mim mesmo, mas leio como se fosse outro, um crítico, um ‘Antônio Cândido’ dentro de mim. Quem é o outro que me lê dentro de mim? Estou cercado por vários personagens que me rondam, andam pelo quarto, vão até a sala, abrem a geladeira, comem meu pudim e voltam, sempre ouvindo e julgando.
Quero ficar sozinho e não consigo. Vou ao espelho e me olho. Madrugada. Não estou sozinho porque me vejo me vendo no espelho. ‘Je... est un autre’. Não há ‘eu’. Quem disse isso? Foi Rimbaud ou Artaud? Acho que os dois. Estou possuído por outros ‘eus’ que não são ‘eu’..."
(Este texto seria o início de uma novela que pensei em escrever. Não o fiz, mas serve para abrir este artigo de hoje - "papo-cabeça meia-boca", desculpem...).

Afinal de contas, quem sou eu? Fico falando na TV, escrevendo nos jornais, tentando ser um sujeito útil, mas, no duro, quem fala debaixo dessas duas letrinhas: "Eu"?

Oscilamos entre o desejo de ser "especiais", únicos e brilhantes sujeitos, para sair do anonimato (supremo pavor) e ser algum "eu", ou então temos o desejo da solidão absoluta, ser "nada", apenas um bicho sem memória ou desejo, uma formiga conduzida por um comandante qualquer.

Talvez nesse "bicho sem eu" haja um "eu" mais geral, feliz, sem fraturas, um eu submisso, nosso desejo oculto, como escreveu Dostoievski, ou um sujeito mítico, como nos revelou Levi-Strauss sobre a mente selvagem. A tradução da palavra Islã é submissão; o eu selvagem é "fora do tempo" ("timeless").

Para nós, ocidentais de base judaico-cristã, é difícil porque inventaram o tal "livre arbítrio" (confronte "O Grande Inquisidor", de Dostoievski). Entre o indivíduo e a massa, entre o ser e o nada, respira a liberdade, como um bicho sem dono, a liberdade, esta coisa que nos provoca tanta angústia. Que liberdade? Para ser contra a guerra? Ou para ser a favor da guerra? Tanto faz, pois a guerra já está decidida pela marcha das coisas.

O "eu" está sem orgulho, sentindo-se inútil. O "eu" virou um luxo para poucos.

Há o desânimo de pensar, de escrever sobre algo morto e inevitável e que já foi decidido. Sem esperança, não há filosofia. Temos de nos conformar que não há mais solução para o terrorismo, para a boçalidade, para o mal, para a miséria, para o meio ambiente.

Só resta ao "eu" acumular riquezas, charmes ou ilusões. Seria o "eu-burguês", o "eu-Miami", o "eu narciso", o "eu" que mostra a bunda, o "eu" de silicone ou o "eu-Big Brother". O homem-bomba matou o "eu".

Todo o pensamento humanista está tristinho, queixoso de tanto absurdo, tanto na guerra internacional como na vida urbana. De que adiantam o lamento, o escândalo? Como falar em compaixão a propósito de um menino de 13 anos que decepa a cabeça de um colega com um machado? Como falar em democracia com muçulmanos analfabetos, que, desde o século VII, batem a cabeça nas pedras para extirpar qualquer resquício de liberdade, enquanto aqui na América Latina a democracia é usada para fundar novas ditaduras?

O século XXI começa como uma Idade Média, comandado pela indústria das armas e da poluição incontrolável. Não dá para entender os acontecimentos à luz de um antigo humanismo, de uma tradição racional que nos prometia um futuro de harmonia. Só nos restará um "catastrofismo esclarecido", como nomeou Jean Pierre Dupuy, filósofo da Escola Politécnica de Paris e da Universidade de Stanford.

Na coletânea organizada por Adauto Novaes, sobre a "Experiência do Pensamento", ele escreveu o seguinte:

"Sempre o mal esteve relacionado com as intenções de quem o comete. Os horrores do século XX deviam ter-nos ensinado que isso é uma ilusão. O absurdo é que um mal imenso possa ser causado por uma completa ausência de malignidade, que uma responsabilidade monstruosa possa caminhar junto com uma total ausência de más intenções. (...) a catástrofe ecológica maior com que nos deparamos e que põe em perigo toda a humanidade será menos o resultado de um mal dos homens ou mesmo de sua estupidez. Terá sido mais por uma ausência de pensamento (‘thougthlessness’)(...) Hoje, um sem número de decisões de toda ordem, caracterizadas mais pela miopia do que pela malícia ou pelo egoísmo, compõe um todo que paira sobre elas, segundo um mecanismo de autoexteriorização ou de autotranscendência. O mal não é nem moral nem natural. É um ‘mal’ do terceiro tipo, que chamarei de ‘mal sistêmico’".

Diante da espantosa evolução da tecnociência, o "eu" virou uma bactéria tolerada, a ser clonada e dirigida.

Em suas aulas e seminários, Jacques Lacan sempre perguntava aos que lhe inquiriam ou criticavam: "D´ou parlez-vous, monsieur?" ("De onde" o senhor está falando?)

É o meu caso.

Afinal de contas, de onde escrevo isso? Para quê?"

A televisão me deixou burro - Por Teresa Cristina Barros




Esta letra dos Titãs é uma crítica auto-explicativa que resume bastante a forma de produção dos programas desse veículo midiático, mantendo o espectador cada vez mais dependente ao novo modelo televisivo interativo que se perpetua integrando os novos veículos de transmissão - telefone fixo e/ou móvel, canais por assinatura, internet, magazines, etc.
Com o desenvolvimento da Tv digital há dúvidas quanto a qualidade do matérial textual que será produzido pelas grandes emissoras.

A televisão me deixou burro, muito burro demais
Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
E agora toda noite quando deito é boa noite, querida.

Ô cride, fala pra mãe
Que eu nunca li num livro que um espirro
fosse um virus sem cura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mãe!

A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada
A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

Ô cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!
Ô cride, fala pra mãe!


A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu nao faço nada
A luz do sol me incomoda, entao deixa a cortina fechada
É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

Ô cride, fala pra mãe
Que tudo que a antena captar meu coração captura
Vê se me entende pelo menos uma vez, criatura!

Proibido para os Baixinhos – Por Sara Faro


A imagem de uma criança no senso comum social nos indica inocência, pureza, verdade, brincadeira, sonhos e muitos outros sentimentos que remetem a ideia de ingenuidade presente na espécie humana. Há um tempo atrás os programas de público infantil, como castelo rá tim bum, chaves e cocoricó faziam sucesso entres os pequenos, o natural era ver seu filho ou filha brincando com bonecos e jogos de tabuleiro, que normalmente eram direcionados para desenvolver alguma faculdade mental, mesmo com toda a mediação tecnológica que já ocorria( tv, videogames, rádio, cinema). Porém, contemporâneo à nós, nos deparamos com meninas que se preocupam mais em vestir a si mesmas do que suas bonecas, é certo que a juventude hoje em dia tem um comportamento bem diferente do esperado pela sociedade, mas sabemos que este comportamento foi sendo inserido de forma sutil no universo infantil e boa parte foi através dos meios de comunicação tradicionais.
O exemplo mais evidente do espetáculo produzido pela mídia em torno da imagem da criança é o da apresentadora da rede de TV Sbt: Maísa. Com pouco mais de 7 anos ela é apresentadora unânime dos programas infantis do Sbt, rendendo até um “Caso Maisa” às outras emissoras, no momento em que, num quadro do “Programa Silvio Santos”, numa brincadeira, a pequena apresentadora chora, grita e chama por seus pais(Pausa para opnião pessoal: Ela chorou ao ver um menino com uma maquiagem gótica, e acredito que ninguém imaginava que ela teria tal reação - ).
Na época isso teve uma repercussão enorme na Mídia, muitos blogs, fóruns, tweets, dentre outros meios de postagens na rede, foram feitos nesse embate de quem merecia culpa nessa exposição fora de controle. Na maioria das opniões a culpa é dos pais, pois segundo o “senso comum”, eles que sabem o que é melhor para seus filhos, porém será que eles sabiam desse quadro ou também, será que do mesmo jeito que a menina foi barrada para sair do palco eles não o foram para entrar? Esta incógnita ficará indissolúvel, pois todo espetáculo precisa ser “alimentado” para que possa permanecer-se como tal(Como escutei hoje: “A gente precisa ser visto para ser lembrado!”). Portanto a Maísa continua sendo apresentadora, seus pais continuam recebendo seu salário-poupança, as crianças continuam assistindo ao Sbt, e Silvio Santos continua ganhando dinheiro às custas de nós, telespectadores, que como fazemos com a política, esquecemos o que nos incomoda para não termos o trabalho de pensar .

Além deste tipo de exposição, que mostra como a visão de mundo dos dias atuais não comporta mais a ingenuidade presente no pensamento de uma criança(Maisa teve medo, da mesma maneira que seria ter-se medo de escuro ou de palhaço, né?! Não tem explicação racional para isso), também me parece que o pudor foi esquecido, essa vergonha que separa a inocência da malícia perdeu o sentido dentro do modelo mercadológico atual. Está cada vez mais distante a época na qual crianças, nos seus 8 ou 9 anos, colocavam vestidinhos feitos por suas avós, bordados com rendas. Por vontade própria elas querem aderir à forma adulta de se vestir, de se portar, de falar e de andar, mas até que ponto esse pensamento já não vem sendo estimulado neles? Fiquei abismada com o merchandising feito pela marca de roupas infantis “Lilica Ripilica”, o qual utiliza em seu conjunto o slogan “Use e se Lambuse”, e a imagem de uma criança esticada num divã com um “Hot-Dog” na mão, lambusada de molho na boca, ou seja, minha memória fez na mesma hora uma alusão a Lolita. Por favor, me respondam, em qual mundo a imagem de uma criança deveria ser associada a da Lolita(entenda aqui como uma menina por volta dos 9 anos sendo notada sexualmente)? Esse tipo de propaganda afeta toda uma ética criada para proteger nossas crianças. As “armas” utilizadas pela mídia para atingir seu público chegou a seu limite, na minha opnião.
O filme A pequena Miss Sunshine aborda justamente este contraponto, colocando no papel principal a pequena Oliver, que está fora dos padrões sociais de beleza, mas ainda é uma criança, que tem o sonho de participar de um concurso de talentos, ela é ingênua e pura, no maior grau da palavra. Suas “concorrentes” passam por processos de embelezamento para se tornarem sensuais, mas elas são crianças apenas, e neste mundo no qual tudo vira espetáculo, especulam até na imagem delas. Este filme trata desse assunto também de uma forma espetacular, como Debord relatou, ao se produzir uma crítica ao espetáculo, automaticamente o espetáculo é alimentado, pois o contra espetáculo utiliza os mesmos meios para se divulgar e existir. O filme produziu com louvor , de forma espetacular( em todos os sentidos da palavra), uma crítica a essa forma de posicionamento da criança nos veículos de mediação de massa como cinema, tv e outdoor.

"Um Big Brother" Por Rosane Santos

De acordo com Cancline, para a classe média e classe baixa, ser bem sucedido é ser um Big Brother. Nos perguntamos, o desejo vem pela possibilidade de ganhar dinheiro facilmente ou pela simples exposição de sua própria imagem? O que leva milhões de brasileiros a se inscreverem para um programa no qual ficará confinado por 3 meses em uma casa, sendo vigiado vinte e quatro horas por dia?

Vivemos na sociedade de espetáculo, onde o espetáculo é uma relação social entre pessoas mediadas por imagens, segundo Debord.

A necessidade que o indivíduo tem de mostrar que existe, de ter fama, mesmo que repentina, parece ser o motor que conduz o indivíduo a se tornar um Big Brother. A pessoa existe a partir do momento em que ela é vista, se ninguém não a observa, ela não existe.

A imagem serve para vender um produto, e sendo assim, o indivíduo se coloca na posição de uma mercadoria. Ele precisa vender uma imagem que não necessariamente é a sua. Ser um Big Brother é uma conquista, pelo simples fato de estar na mídia.


Rosane Santos

Um Controle Apocalíptico - Por Alana Ramalho

Nem Big, Nem Brother – Por Thiago Grisolia Fernandes

Como se não bastasse a repercussão natural do maior reality show do Brasil, a produção do Big Brother encontrou outro canal para ganhar mais dinheiro e audiência exibindo... o próprio exibir-se! Em programa chamado Nem Big, Nem Brother, que vai ao ar na TV paga Multishow, são divulgados alguns dos vídeos de pessoas que tentaram entrar na tão sonhada casa, mas, por algum motivo, não conseguiram.

Para ser escolhido para ser um dos “heróis” do Brasil por 6 meses, é necessário enviar uma fita à produção, em que a pessoa mostra o quanto é capaz de se exibir. O diretor do programa, juntamente com sua equipe de produção, tem a tarefa de selecionar os participantes entre aproximadamente 320 mil fitas.

A sociedade do espetáculo revela sua potência nesse programa que não é, em hipótese alguma, invasivo: participar do Nem Big, Nem Brother tornou-se tão espetacular quanto participar do programa em si. Os quinze minutos de fama são sempre bem-vindos, mesmo quando submetidos a uma edição humilhante, como acontece no caso.

A questão é que as pessoas que, por alguma intuição, acreditam que não serão selecionadas para o programa em si resolvem mandar uma fita com conteúdo extravagante e bem chamativo, para que ganhem pelo menos sua vaga entre os mais bizarros, como os tacha a produção do programa alternativo. E a máxima de Debord “o que aparece é bom, o que é bom aparece” parece fazer todo o sentido do mundo.

Ridicularizados ou não, estão na TV e vão ser vistos por milhares de pessoas, e numa sociedade como a nossa, isso é tudo o que importa. Antes não ser Big nem Brother do que não ser nada.

Abaixo, um vídeo de participantes selecionados para o Nem Big, Nem Brother.

Mister Lonely - Por Pollyane Belo



“Mas esses personagens, no sentido cinematográfico da palavra, eram apenas para consumo público. Goffman ainda acreditava, assim como os velhos astros de cinema, que havia um ‘palco’, onde se desenrolavam nossas atuações diárias, e um ‘bastidor’, onde podíamos despir o personagem público e, presumivelmente, voltar a ser nós mesmos. Você simplesmente fazia a cena quando era preciso e depois saía do palco.” (Gabler, Neal. Vida o Filme, 1999, p.214)

Esta obra cinematográfica ilustra de uma forma perspicaz esta passagem em que Neal Gabler cita a análise que o sociólogo Erving Goffman faz sobre como a vida está sendo dramaticamente encenada.

Mister Lonely foi um filme lançado em 2006 que teve pouca divulgação no Brasil. A obra se trata de um homem que trabalha fazendo performances do cantor e dançarino Michael Jackson. Ao conhecer uma mulher que personifica Marylin Monroe , o primeiro muda-se para uma residência repleta de pessoas que encarnam grandes personalidades mundiais, como: James Dean, Abraham Licoln, Madonna, Charlie Chaplin, Shirley Temple, Os Três Patetas, o Papa João Paulo II, entre outros. É interessante ressaltar que em nenhum momento é revelado os verdadeiros nomes desses indivíduos, eles interagem cotidianamente como seus alter egos, almejando da vida, um show.

Porém, ao focarmos no protagonista, e retomar o pensamento de Goffman, notaremos que em alguns momentos Jackson esquece-se de seu papel e comporta-se como um simples sujeito, essa dicotomia faz com que, derradeiramente, surja nele um conflito de identidade. “[...] sempre que um homem almeja persistentemente e longamente parecer outro, acaba tendo dificuldade de ser ele mesmo de novo.” Nietzsche.

“E lembrem-se, não há almas verdadeiras além daquelas almas que personificam”. Rainha Elizabeth II em Mister Lonely, 2006.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Vitrine Espetáculo - Por Amanda Cinelli

Com a proximidade do fim de ano as vitrines das lojas de Nova Iorque disputam a atenção de quem passa pelas calçadas. Na busca pelo maior número de olhares na movimentada Quinta Avenida, uma loja de lingeries resolveu montar uma vitrine viva. A intenção é que as modelos passem 10 dias atrás dos vidros usando a nova linha de roupas da loja e agindo de modo natural, trocando de roupa, se maquiando, mostrando a roupa no ambiente em que é usada.

Com o espetáculo das vitrines de pé as vendas se tornam muito mais fáceis. Afinal, já dizia Guy Debord: "O espetáculo não deseja chegar a nada que não seja ele mesmo". O espetáculo se torna assim uma arma eficaz para a propaganda, principalmente na sociedade atual em que a exposição de si próprio gera cada vez maior audiência.

O teatro-vitrine, como também é chamado esse tipo de performance, mostra representações da vida real a fim de provocar nos futuros consumidores não só a contemplação do espetáculo mas um fetiche pela realidade recriada dentro do espetáculo.

A seguir, veja imagens da vitrine viva no quadro "É curioso!" exibido pelo Jornal Hoje no dia 03/12/2009.

A intimidade como espetáculo - Por Eduardo Beranger

“A intimidade como espetáculo" é o que vimos no livro de Paula Sibilia " o show do eu " .

Na atual conjuntura da sociedade vimos que ha grande tendência e estimulação em " ser deferente ", muitas vezes esse ser diferente remete a ser visto , ninguém quer se misturar ao bolo, galga-se o destaque como colocou Debord:" Sou visto logo existo ".Todos nos queremos "existir" .E para isso a web 2.0 nos permite muitas ferramentas como orkut , youtube , faceboock , twitter ,etc...Nela podemos expor quem somos , ou quem gostaríamos de ser.MUitas vezes essa super auto exposição gera fatos inusitados como coloca Sibilia com citações da revista time "(...)esse movimento revela 'tanto a burrice das multidões como a sua sabedoria 'algumas perolas lançadas no turbilhão da internet 'fazem-nos lamentar pelo futuro da humanidade' " .

O site www.perolasdoorkut.com.br tem uma proposta de humor baseado nessas “perolas” . No conteúdo fica claro a que nível chegou “ a intimidade como espetáculo ”.E outras bobagens também XP.



Alguns links do site http:

http://www.perolasdoorkut.com.br/index.php?foto=e9086




http://www.perolasdoorkut.com.br/index.php?foto=cdcfa




http://www.perolasdoorkut.com.br/index.php?foto=19c36



http://www.perolasdoorkut.com.br/index.php?foto=df8cc



http://www.perolasdoorkut.com.br/index.php?foto=a0920

Caso Geyse Arruda - Por Carolinna Granero


No dia a 22 de outubro a universidade UNIBAN de São Paulo expulsou uma aluna que foi hostilizada pelos estudantes após usar um “microvestido” e deste modo “ferindo” a integridade dos próprios alunos (segundo eles).
É claro que essa atitude dos estudantes é errada, pois vivemos em um país livre, em que os preconceitos deveriam ser combatidos e não incitados, mas sabemos que não é assim que acontece na vida real.

Por um outro lado hoje todos querem ter seus famosos 15 minutos de fama, querem ser reconhecidos pela sociedade de alguma forma, alguns realizam bons feitos que os enobreçam causando um reconhecimento, outros tentam “aparecer” em escândalos e capas de revistas de fofoca. Como foi o caso da mulher pelada que apareceu em uma edição ao vivo do BBB e como é o caso de tantos outros.

Geyse não foge á regra, mesmo que não tenha tido a intenção de provocar todo aquele furor hoje se beneficia com as entrevistas que dá e com os programas que participa, comentam ate de uma tal sondagem de revista masculina.


O ser humano fez da sua própria vida um filme como percebemos no texto “Vida: o filme” de Neal Gabler. As pessoas deixaram de lado a originalidade para viver num mundo de fantasias à sombra das pessoas que tem fama e se encontram em uma busca incessante para alcançar o reconhecimento. A vida se tornou uma peça de teatro que nunca tem fim e que todos somos protagonistas.

É nesse mundo em que vivemos em que ser reconhecido na rua vale mais que ter a consciência tranqüila e paz de espírito ou ser reconhecido por um grupo seleto de pessoas que valem à pena.
Ela não foi a primeira e não será a ultima, mas que tipo de profissional uma pessoa que se submete a esse tipo de situação e se apropria das conseqüências pode estar se tornando?

Trazendo essa discussão a um paralelo do que trabalhamos em sala de aula, podemos relacionar o caso ao livro “show do eu” da professora Paula Sibilia que reúne teoria e prática para explicar de que forma nossa sociedade legitimou uma cultura de observação do outro e, ao mesmo tempo, da exposição de si próprio, ou seja, esta claro que a Geyse gostou de aparecer e esta se beneficiando das conseqüências de seus atos, mas será que ela quis realmente isso ou apenas aconteceu?

Por Carolinna Granero Areias

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Fofocas e Famosos - Por Arliny Rochete

Inspirada nos debates que tivemos em sala sobre como as pessoas são capazes de tudo para se mostar e para estar na midia.
Pensei em quantas paginas existiriam na net pensado no tema: vida de celebridades...
Como todos podem imaginar, são muitas...
e são tantas as fofocas que se reproduzem nessas paginas que não pude escolher apenas uma.
É incrivel como as pessoas hoje precisam estar sempre na midia não importando o motivo.
Deixo algumas sugestões de paginas de fofoca, para quem tiver paciência... , se deleitar com as futilidades que se publicam sobre os "famosos".
Arliny

www.babado.ig.com.br
www.fofocasonline.com.br
www.fofocadascelebridades.blogger.com.br
www.futilidade.com
www.fofoca.org

Realidade ou ficção? - Por Ana Carolina Gomes


Segundo Gilles Deleuze, vivemos hoje em dia em um sociedade do controle. Uma sociedade onde somos controlados por “mãos invisíveis” , que nos dão a sensação de estarmos livres. Sensação de que controlamos nossas vidas sem sermos vigiados como na sociedade da disciplina de Michel Foucault.

Algo que podemos comparar com o filme The Matrix , onde o personagem principal pensa estar vivendo em um mundo “real” e que na verdade é controlado pelas máquinas. Que na verdade ele não controla sua própria vida , que ele nunca viveu de verdade pois já nasceu sendo controlado. Viveu em um mundo criado pelas máquinas para sua mente , um mundo virtual.

O paralelo que quero traçar aqui com a teria de Gilles Deleuze e o filme The Matrix é justamente o das pessoas serem controladas e pensarem estar livres. Na sociedade do controle , a que vivemos hoje , somos controlados por tudo que deixamos vestígio , uma compra no cartão de crédito , uma conta de banco , um cadastro em redes sócias na internet...Deixamos rastros de como vivemos a todo instante , tudo esta ali , arquivado , nosso perfil completo , a espera que alguém precise acessar e descubra boa parte de nossas vidas , seus gostos , costumes , o que faz , a que horas...O que não deixa de construir uma realidade virtual para cada um de nós , um perfil , a mesma realidade virtual que foi construída em Matrix para as pessoas acharem que vivem suas vidas e controlam seu “destino” e na verdade são controladas desde que nascem e inseridas em uma realidade virtual, sem nenhum tipo de escolha.

A verdade é que hoje em dia o real e o virtual se misturam cada vez mais , com o auxilio da internet, é difícil sabermos se estamos mesmos vivendo nossa vida ou se estamos sendo controlados para viver a vida que querem que nós vivamos.



“[...] Everything that has a beginning has a end.”

Web 2.0 como ameaça - Por Jessika Alves

Link da Revista Época em 03/08/2007:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78437-6010-481,00.html

O entrevistado foi o inglês Andrew Keen , formado em história e também foi um dos pioneiros dessa explosão econômica.

De acordo com ele o conteúdo que algumas pessoas produzem através da internet é visto como uma ameaça cultural, já que muitos expõem assuntos desnecessários. Comenta ainda do perigo de jovens pouco familiarizados com as mídias tradicionais, fazerem de blogs sua única fonte de notícias. E põe em xeque a confiabilidade de sites como Wikipédia e Digg.com. Enfim, de acordo com Keen há muita “picaretagem na internet”.

A Sociedade da Fama Flutuante - Por Jurdiney Junior



No início do século XXI, percebe-se uma tendência mundial em que as celebridades ou os famosos vivem uma espécie de câmbio de popularidade na chamada sociedade da fama flutuante. Ora eles são apresentados no auge de suas carreiras, ora na decadência do ostracismo. E essa alternância entre os dois pólos extremos são noticiadas com uma impressionante variação. Como por exemplo, notícias de que Amy Winehouse está internada numa clínica de reabilitação ou de que ela fez uma cirurgia para implantar próteses de silicone nos seios poderiam facilmente ser divulgadas no mesmo dia. No entanto, tanto as notícias boas quanto as ruins que são veiculadas pela mídia servem para ressaltar o status de celebridade do artista.

O que também é possível de identificarmos nessa sociedade é o aumento do surgimento instantâneo dos chamados anônimos famosos. Estes não precisam possuir nenhuma habilidade artística, política ou científica. Basta que eles consigam atingir uma projeção na mídia através de reality shows ou de alguns casos inusitados como o que aconteceu recentemente com a estudante Geisy Arruda da Universidade Bandeirante de São Paulo, conhecida como Uniban.

Geisy Arruda, então aluna do curso de Turismo da Uniban, foi hostilizada por outros alunos da universidade sendo chamada de prostituta e, segundo ela, ameaçada de estupro dentro do estabelecimento acadêmico pelo simples fato de ter usado um minivestido rosa naquela noite de 22 de outubro de 2009. O caso rapidamente tomou proporções nacionais devido à divulgação, no You Tube, de vídeos que alguns alunos fizeram com seus aparelhos celulares.

O You Tube tornou-se uma poderosíssima ferramenta no processo de celebrização destes “anônimos famosos”. Visto que, este website pode fazer uma projeção em escala muitas das vezes global que antes só era possível através da TV ou do cinema. Recentemente ficou conhecido no Brasil o caso da mulher que, da calçada do prédio do namorado Pedro, as berros exigia que ele devolvesse o seu chip do aparelho de celular. O vídeo além de divulgado pelo You Tube passou a ser divulgado pelas redes de TV. Pedro tornou-se um anônimo famoso que chegou a dar entrevista ao Fantástico e foi criado até um funk com os berros da mulher que optou por permanecer anônima porque só queria o seu chip de volta.

Porém, nada se compara à projeção que a anônima famosa Geisy Arruda obteve a nível nacional. Após a divulgação de seus vídeos na internet, a imprensa noticiou seu caso diariamente até que o fato gerou algumas consequencias. A Uniban decidiu expulsar a aluna que, segundo eles, disseminou a baderna na instituição. O Ministério da Educação quer que a universidade dê uma explicação plausível a respeito da expulsão da estudante de turismo. Manifestações foram realizadas por estudantes ligados à UNE na porta da instituição. Geisy ganhou, instantaneamente, advogado, assessor de imprensa e cabeleireiro que lhe prestam serviços quase que gratuitamente. A Playboy faz sondagens para que Geisy exiba seu corpo num ensaio fotográfico. Tornou-se musa da escola de Samba Porto da Pedra, de São Gonçalo. Seu caso é noticiado e comentado em uma série de debates, nos programas vespertinos, nas revistas semanais e de fofocas, nos websites, nos blogs, nas comunidades e fóruns virtuais.

Ela também participa em uma série de programas nas principais redes de TV do país num incrível espaço de tempo de uma semana como Dia Dia e CQC, da Band; Superpop e TV Fama, da RedeTV!; Fantástico, Casseta & Planeta Urgente e Jornal Hoje, da Rede Globo; Programa do Ratinho, do SBT; Geraldo Brasil, Domingo Espetacular e Hoje em dia, da Rede Record. E, em declarações que deu a alguns destes programas, Geisy afirmou que fora vítima dentro da Uniban e que entraria com uma ação contra a Universidade devido aos danos morais que afirma ter sofrido.
Esta projeção nacional e o enfoque dado pelas principais emissoras do país é, sem dúvida alguma, o sonho de qualquer artista. Porém, o que percebemos é que cada vez mais é dado destaque aos chamados anônimos famosos e seus casos inusitados. Tal fato está estritamente ligado ao fato de alguns segmentos da classe artística manifestarem publicamente o seu repúdio ao destaque exacerbado dado pela mídia aos aônimos famosos.

Alguns programas de TV como o Pânico na TV da RedeTV utiliza-se desta ferramenta de mostrar anônimos fazendo coisas inusitadas e acaba dando-lhes a oportunidade de ter seus 15 minutos de fama, assim como já previa Andy Warhol na década de 1960. No programa são exibidas mulheres que fogem ao padrão de beleza fazendo poses sensuais na praia, coberturas de festas com ex-participantes de reality shows e até entrevistas inusitadas com moradores de rua que são levados a contar piadas ou dançar. Tudo por alguns minutos de fama.

No entanto, o programa excede os limites por tentar utilizar-se do mesmo artifício e submeter às mesmas situações nomes já consagrados da classe artística brasileira. Ao convencer o político Eduardo Suplicy a vestir uma sunga por cima de seu terno ou sujar os cabelos do ator baiano Wagner Moura com gel. Ao ser vítima dessa brincadeira realizada pelo programa. Wagner tornou pública uma carta em que repudiava esse tipo de programa ao dizer: “Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas públicas ou anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz, por exemplo, com que uma emissora de TV passe o dia INTEIRO mostrando imagens da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando. O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização da babaquice. [...] Digo isso com a consciência de quem nunca jogou o jogo bobo da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que apareço na TV das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, [...]. Gosto de ser conhecido pelo que faço, mas não suporto falta de educação. O preço da fama? Não engulo essa”.
Vivemos numa sociedade em que a fama é flutuante e a maioria das pessoas que tornam-se anônimos famosos cai, posteriormente, na decadência do ostracismo. Fenômenos midiáticos como o de Pedro do chip e o de Geisy Arruda, são, lentamente, deixados de lado pela mesma mídia que sempre parte em busca de anônimos dispostos a tornarem-se famosos. O que ocasiona um outro fenômeno conhecido como a decadência das celebridades.
Torna-se cada vez mais comum o absoluto esquecimento de determinadas celebridades, com habilidades artísticas ou não, que já tiveram uma visibilidade anteriormente e que hoje experimentam o total ostracismo. Como por exemplo o cantor e compositor Belchior que atualmente vive numa cabana isolada no Uruguai. Cada vez mais astros e estrelas tornam-se astros decadentes, ou cometas, e a esse fenômeno é dado o nome de cometismo. O “cometismo” é um fenômeno temporário que tende a projetar celebridades esquecidas por um curto espaço de tempo na mídia e, posteriormente torna a empurrá-los para o ostracismo. No caso de Belchior, ele já foi um astro e caiu no ostracismo. A mídia dá-lhe um enfoque rápido e repentino tornando-o um cometa e, depois ele tende a voltar para o ostracismo.
Dentro deste fenômeno do cometismo é observada uma tendência que leva estas celebridades a introduzirem-se no mercado crescente atualmente no Brasil, a pornografia. A pornografia permite que estas celebridades ganhem visibilidade e projeção nacional através da mídia por um período efêmero. Atualmente, a Brasileirinhas é a principal produtora de fimes adultos no país que foca seu mercado na venda de DVDs. Inúmeros são os astros decadentes, cometas, que já participaram de filmes eróticos no país. São eles: os atores Alexandre Frota, Leila Lopes, Regininha Poltergeist, Márcia Imperator, Oliver e Mateus Carrieri; as cantoras e bailarinas: Gretchen e Rita Cadillac; a ex-prostituta e escritora Bruna Surfistinha e a transsexual e ex-participante de reality show Bianca Soares.
A participação destes cometas em filmes pornográficos tende a dar-lhes a mesma visibilidade e projeção na mídia conseguidas pelos anônimos famosos. Porém, que não é duradoura e depois de alguns meses tornam a cair no ostracismo sendo eles bons exemplos para pensarmos numa sociedade cuja fama tende a ser cada vez mais flutuante neste início de século.
É importante ressaltar que durante a década de 1990, Alexandre Frota atuou em novelas em algumas emissoras de TV do país, sendo a última Marisol (2002) do SBT. Frota inicia-se no mercado pornô em 2004 atuando nos seguintes filmes: Sexo, Suor e Samba; A Bela e o Prisioneiro; Obsessão. E consegue, surpreendentemente, uma projeção como cometa que nunca havia tido enquanto era astro de novelas da Rede Globo. Portanto, é importante destacar que nem sempre um astro tem mais visibilidade que um cometa, nessa sociedade de fama flutuante do início do século XXI. Recentemente Frota trabalhou como diretor assistente do reality show A Fazenda, da Rede Record.

A atriz Leila Lopes teve seu auge como estrela durante a década de 1990 no Brasil atuando em algumas novelas como Pantanal (1990), O Guarani (1991), Despedida de Solteiro(1992), Renascer (1993), Tropicaliente (1994), O Rei do Gado (1996) e Malhação (1997). No início da década de 2000, cai no absoluto ostracismo. Quando no final da mesma década ressurge como cometa atuando nos seguintes filmes pornográficos: Pecados & Tentações (2008); Pecado sem Perdão (2009); Pecado Final (2009). Com a divulgação de seus filmes em 2009 e sua retomada projeção nacional diante da mídia, Leila dá entrevistas onde tente reafirmar seu caráter artístico e sua profissão de atriz: "As cenas de sexo são lindas, não são vulgares. [...] Dei tudo de mim, me dediquei muito, incorporei a Marlene e a vivi intensamente, com a mesma disciplina que interpretei outras personagens. Mas depois que voltei a ser a Leila Lopes eu chorei muito, porque não estou acostumada a ir numa balada e 'ficar', pra mim tem que ser tudo romântico. E por mais que o Carlão seja educado e gentil, não deixa de ser um estranho", explicou Leila, referindo-se a Carlos Bazuca, seu companheiro de filmagem. "Foi altamente interpretação. Tem que ter muita técnica, colocação de corpo, postura para a câmera”, contou.
Apesar de ter recebido propostas para atuar em outros filmes pornográficos e para apresentar um programa sobre sexo na TV a cabo, Leila Lopes mostrava-se insatisfeita e apresentava já em meados de 2009 sinais de depressão. Em 03 de Setembro de 2009, foi divulgado pela imprensa que Leila estava com uma doença misteriosa e que se submeteria a um tratamento. Leila apareceu em programas de TV como o TV Fama da RedeTV e chegou a dar uma entrevista deitada numa cama de hospital comentando sobre a doença e sobre os exames aos quais se submeteria.
Não aguentando sua atual condição, Leila Lopes suicida-se na noite de 03 de dezembro de 2009 após ingerir veneno para rato. Dando fim a uma carreira de novelas, na década de 1990, e de filmes pornográficos, no fim da década de 2000. É importante perceber que nesta sociedade cuja fama tornou-se flutuante, a projeção dos anônimos famosos e dos cometas pode ser extremamente prejudicial a eles quando combinado com problemas de saúde, financeiros e/ou psicológicos.
Devemos fazer com que os meios de comunicação zelem pelo verdadeiro artista dando-lhe o devido reconhecimento. Somente desta forma poderemos verificar a mudança no atual quadro em que cada vez mais anônimos famosos e cometas são celebrizados reforçando assim o caráter fútil e superficial desta sociedade que tornou-se marcante no início do século XXI.

Veja também:
O Caso Geisy Arruda da Uniban:
http://www.youtube.com/watch?v=V-03ZACkas4

Geisy Arruda como celebridade:
http://www.youtube.com/watch?v=CT79xzssKGM

Wagner Moura e o Pânico na TV:
http://fofoquinhas.uol.com.br/wagner-moura-repudia-o-panico-na-tv

Astros e Estrelas do Pornô Brasileiro:
http://www.overmundo.com.br/overblog/astros-e-estrelas-do-novo-porno-brazuca-1

O segredo de Leila Lopes como atriz pornô:
http://www.youtube.com/watch?v=IaE274TZUJ0

Entrevista com Leila Lopes:
http://www.botecosujo.com/2008/05/porn-chatinha.html

Entrevista com Rita Cadillac: http://www.youtube.com/watch?v=izdGRNkcjeE&feature=fvsr

A entrevista de Leila Lopes numa cama de hospital:
http://www.youtube.com/watch?v=irYY_HqLlOE

O suicídio de Leila Lopes:
http://www.youtube.com/watch?v=cbGsv2y5Q8E

sábado, 5 de dezembro de 2009

Show do Eu: Eu, quem? - Por Andressa Lacerda

A combinação entre novas tecnologias e as condições da vida pós-moderna, em que conceitos como identidades fluidas, construção das subjetividades e espetacularização da vida privada tem permitido que as pessoas possam, através de vídeos postados no Youtube, blogs e fotologs, e em suas performances em redes sociais diversas, como Orkut, Facebook e Twitter, se representarem das mais diversas formas. Assim, demarcam, através dessas representações, seus estilos de vida, suas escolhas de consumo, suas idéias e visões de mundo, em um jogo de representações mais dinâmico. Poderíamos entender que tais práticas se inserem naquilo que a autora Paula Sibilia batizou de “Show do Eu”.

No entanto, em alguns casos, tal flexibilização das identidades e construção dos egos através de escolhas racionais e emocionais pode ser contraditório. Quando as representações expostas nas novas e velhas plataformas midiáticas envolvem crianças, como fica a questão da construção dos sujeitos? Um exemplo claro desta contradição pode ser visto ao abrir o link do vídeo abaixo. Nele, um pequeno menino italiano mostra seu culto ao corpo. Este vídeo teve intensa repercussão na rede, tendo sido muito visto. Trata-se, claramente, de um espetáculo de culto ao corpo e construção subjetiva do mesmo, sem que a criança perceba o que realmente está sendo explorado em sua representação:



A questão a se pensar é: a quem pertence o “show do eu” nesse caso? Ao menino, ou à seus pais, ou a quem filmou a representação veiculada?

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Por Lucas Camacho

Las Vegas, o polo mundial do entretenimento.



A história da cidade de Las Vegas sempre esteve muito ligada ao jogo porém o jogo por si só não seria capaz de explicar como uma cidade com menos de 100 anos, no meio do deserto americano seria capaz de atualmente arrecadar mais de U$30 bilhões anualmente ou como seus quartos de hotel possuem uma ocupação média maior que 88% - para efeitos comparativos, os hotéis do Rio de Janeiro, estão com “apenas” 65% dos quartos reservados para o Reveillon deste ano.

A explicação não é só o jogo, mas passa por ele. Os U$ 6,8 bilhões de apostas anuais geraram 17 dos 20 maiores hotéis do mundo -incluindo o número 1. Hotéis temáticos com Torre Eiffel, Estátua da Liberdade, além da proposta da construção de uma galeria do Museu Guggenheim dentro de um cassino. Para se ter uma idéia da magnitude, em Las Vegas,não podem ocorrer competições esportivas prolongadas para não concorrer em auidiência com os cassinos.

Podemos tentar explicar então, por outro viés, o da indústria do entretenimento que move Las Vegas. Como visto nos textos de Debord e Gabler, vivemos em uma sociedade do espetáculo/entretenimento. Citando Debord “No espetáculo da imagem da economia reinante, o fim não é nada, o desenvolvimento é tudo. O espetáculo não quer chegar a outra coisa senão a si próprio”. Por esse ponto de vista, podemos perceber como essa cidade cresceu e se consolidou como um pólo mundial do turismo. O espetáculo está presente na sociedade sim, mas também na arquitetura da cidade, nas suas atrações e enraizado na sua base fundamental.

Por esse outro ângulo de percepção podemos chegar a uma explicação um pouco mais total da cidade de Las Vegas. Uma cidade que é mostrada diariamente em shows, seriados e etc. Uma cidade que nasceu, continua e continuará atrelada ao espetáculo e ao entretenimento.




Lucas Camacho.

Por Adilson Junior

“Não cabe temer ou esperar, mas buscar novas armas”.



Eis o desafio que Deleuze propõe a nós, agentes e pacientes das sociedades de controle.
E nós, felizes com a liberdade advinda da aparente eterna abertura dos portões disciplinares, nos deparamos com a ilusão de que com o desmantelamento ainda que gradual de um sistema fechado, iríamos viver num mundo melhor.

Ledo engano...o caráter sólido e moderno que nos regia em sociedade foi apenas substituído por formas ‘ultra-rápidas de controle ao ar livre’.

Mas, retomo o desafio do Deleuze e me pergunto: Como buscar essas novas armas? Onde estão? Quem as oferece?

Sem pretensões de responder a essas questões, retrato, através de uma música que lança um olhar sobre o desafio proposto por Deleuze, esses questionamentos e o peso dessa expectativa depositada em nós. Essa perspectiva parte do mesmo lugar em que nós, jovens inseridos nesse sistema de sociedades de controle, nos situamos.

LINK : http://www.youtube.com/watch?v=eaLA0tFVxts

A primeira estrofe já atenta para a crença de que há um possível desleixo dos jovens em modificar ou buscar as armas de mudança do sistema. No entanto, toda a narrativa musical procura justificar a tal passividade apontada.

“Eu e meus amigos / Sempre fomos incompreendidos / Dizem que não lutamos por nada / E que não há caminhos possíveis / Agora nós vemos que tudo está errado / Com o mundo e os que o lideram / Nós apenas sentimos que não temos meios / Para passar por cima e acabar com tudo isso”

Se voltarmos alguns textos, chegaremos à indústria cultural de Adorno e constataremos que o sistema comunicacional televisivo se configura numa peça fundamental nessa sociedade de controle. Contudo, para aqueles que pensam e potencializam o poder de alienar, existe uma resposta:

“E quando você confia na televisão / O que você recebe é tudo o que você tem / Pois quando eles possuem a informação, oh / Eles podem distorcê-la do jeito que quiserem”.

Por fim, destaco a indignação, ainda que um tanto passiva, que os jovens sofrem ao serem incluídos na multidão dos iludidos da liberdade:

“Não é que nós não nos importamos / É que apenas achamos que a luta é injusta / Então ficamos esperando / Esperando o mundo mudar.”

Como no vídeo, palavras que aludem à paz espalhadas por todos os lugares podem não ser uma revolução nos moldes históricos em que a conhecemos, e podem, de fato, parecerem inúteis ou ineficazes.

Em outras palavras, a espera, temida por Deleuze, pode não nos apontar os caminhos para o que buscamos, e, numa análise mais profunda, pode até parecer cômodo esperar o mundo mudar, entretanto, o primeiro passo já foi dado: acreditar que ele pode mudar.


Adilson Júnior

Tragédia dá Dinheiro - Por Ruth Cavalcanti

Tragédia dá dinheiro
Pergunte à imprensa





Notícia ruim chega rápido. Quem nunca escutou essa frase? E, realmente, chega. Principalmente se o veículo em questão for a mídia. O mundo midiático é mais violento que o mundo real. Em um universo noticiário, de 100%, mais da metade é composto por crimes, assassinatos, bombas, corrupção, entre outros. Será que a imprensa é, de fato, o espelho que reflete a situação geral do mundo?
Desandando a receita do bolo, o mal recebe muito mais fermento do que deveria. Dizem que o bem é tímido e o mal é espetaculoso. Mas, quem cria estas realidades é o Homem. Pelo visto, amenidades não vendem jornal, não dão ibope, não rendem assunto. Há programas que são sustentados pela desgraça alheia. Alguém já se perguntou o objetivo desse tipo de programação?
Porém, críticas em vão. Pois, perante espectadores sedentos de desgraça, o que podemos fazer? Vivemos em uma sociedade contraditória. Ao mesmo tempo em que clama por paz, participa e assiste vorazmente a programas de violência expressa. Repercute e valoriza, além da conta, as tragédias que, inevitavelmente, é claro, acontecem. E, agigantam e alimentam o monstro da desgraça, com muito mais ardor do que pedem por um mundo melhor. Consumimos mais tragédia que o necessário.
Bem, parodiando a frase “Cada povo tem o governo que merece”, por que não “Cada povo tem a imprensa que merece”? Se não nos basta a violência cotidiana, continuemos, então, a rechear nossos dias com mais doses extras de dores e misérias. Chegará o dia em que sequer colocaremos o nariz para fora de casa. E, viva o culto ao Caos!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Xanéu - Por Bruno Machado



ssa música, chamada Xáneu nº5, da banda O Teatro Mágico, faz parte do segundo álbum do grupo
e considerada umas das mais críticas dos mesmos. A música trata da alienação de parte da sociedade atual
e pega como a culpada, ou uma das culpadas, a TV. Pela extensão da letra, selecionei apenas alguns trechos
que acho interessantes na música:

"A minha tv não se conteve
Atrevida passou a ter vida
Olhando pra mim."

Logo no início, o compositor afirma que a tv saiu da inércia, assumiu vida própria e passou a realizar uma ação, que
vem a ser a de observá-lo, que na teoria, é quem observa. Ou seja, há uma inversão de papéis, onde o observador passa
a ser observado.

"A minha TV tá louca, me mandou calar a boca e não tirar a bunda do sofá."

Nesse outro trecho, podemos observar mais uma ação realizada pela tv, agora ativa, e mostra ainda mais a passividade do espectador que fica oprimido e obrigado a assistir a tv.

"triste o fim do seriado, um bocado magoado sem saber o que será de mim."

Nesse trecho podemos observar uma certa espetacularização do observador, que tem sua vida transformada num entretenimento,
sendo supostamente assistido por um seriado.

"Ela não SAP quem eu sou,
Ela não fala a minha língua."

Podemos observar nesse trecho que o espectador não tem conhecimento da linguagem usada na tv. Segundo a música, ele apenas
senta na poltrona e assiste passivo a tudo que é transmitido, muitas vezes sem entender o que é transmitido.

"Enquanto pessoas perguntam por que, outras pessoas perguntam por que não?
Até porque não acredito no que é dito, no que é visto.
Acesso é poder e o poder é a informação. Qualquer palavra satisfaz a garota, o rapaz. E a paz, quem traz? tanto faz.
O valor é temporário, o amor imaginário e a festa é um perjúrio. Um minuto de silêncio é um minuto reservado de murmúrio, de anestesia. O sistema é nervoso e te acalma com a programação do dia, com a narrativa. A vida ingrata de quem acha que é notícia, de quem acha que é momento. Na tua tela querem ensinar a fazer comida uma nação que não tem ovo na panela, que não tem gesto."

Nesse trecho, que eu considero como o mais crítico da canção, podemos observar que o compositor trata a informação como
sinônimo de poder. Logo em seguida, afirma que qualquer palavra dita pelos meios de informação satisfaz parte do povo. Logo,
apesar desse acesso, através da TV, à informação, esse acesso pode não ser completo, pois quem tem o poder de informar
pode escolher o que vai ou não ser dito e grande parte do povo assimila essa mensagem transmitida como verdadeira com grande passividade, "sem gesto", como é dito na própria música.

"Num passado remoto perdi meu controle."

Fica claro nessa passagem a perda do controle pelo telespectador, que apenas assiste passivamente tudo que é transmitido.

Temas como a espetacularização e alienação são amplos e polêmicos, e usando do artifício de Nael Gabler, não darei uma conclusão afirmando se esta ou aquela visão está ou não equivocada. Cada pessoa ao se deparar com um texto ou uma canção
como essa usada como exemplo deve refletir acerca das influências a que estão submetidos, as fontes que escolhe e a passividade ou não que marca essa apropriação do conhecimento.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Fake Profile - Por Andreia Lopes



"Balada fake", "Festa -[fake profile]", "Agência de namoro Fake", "Agência de Familia Fake", basta teclar a palavra fake na sessão de pesquisa do Orkut, a rede social mais conhecida do Brasil, e encontramos todas essas comunidades algumas delas com mais de 600.000 perfis participantes.

A palavra Fake significa, traduzindo de inglês para português, falso, e atualmente é um termo usado para denominar perfis falsos na internet, esses perfis ocultam sua verdadeira identidade, moldando uma nova com suas escolhas preferenciais; como será sua aparência, com quem se relacionará, aonde vai morar, entre outras escolhas.
O fenômeno dos Fakes aparece não só nas redes sociais como o Orkut, mais em outros espaços virtuais como o serviço de Mensagens Instantâneas.

É interessante ressaltar que este fenômeno contemporâneo esta intimamente ligado a, como intitula Debord, "A sociedade do espetáculo".

Estes "perfis falsos" são personalidades montadas por uma pessoa de acordo com o que ela gostaria de ser. Na maioria dos casos esses perfis são para fins diversão, a brincadeira de ser o outro, e de fato não querem realmente transmitir um "perfil real", porém grande parte dos fakes troca a vida social da realidade por uma vida fake na internet.
Em uma sociedade aonde o parecer é mais importante do que o ser, aonde a imagem diz mais do que tudo, o espetáculo está presente a cada momento. E se torna mais evidente através de formas de expressão como; os Fakes, a exposição da vida intima através do aparecimento do blogs, os paparazzes contando o dia-a-dia das celebridades.

Muitos FAKES acreditam que são reais, ou se não acreditam pelo menos admitem que tem duas vidas. Se a sociedade do espetáculo se baseia em uma relação social entre pessoas, mediadas por imagem e o espetáculo é a própria sociedade. Não é loucura então que em alguns momentos esses Fakes acreditem que o perfil criado por eles é de fato a representação de uma vida real. E não precisa ser um FAKE para representar, sabemos que o ato de ser performático já esta inserido em nossas vidas diariamente. Quando se veste uma roupa para parecer mais sério em uma entrevista de trabalho, ou quando quer se parecer mais descolado para um encontro pessoal.
” Já fui hippie quando jovem, hoje meu estilo é outro.” diz a senhora cinquentona.

Quem é fake, quem é real?

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Dando início aos trabalhos. Por Natália Ribeiro


Esta matéria exibida pelo Fantástico, no dia 15 de Novembro de 2009, é referente ao lançamento do filme baseado na vida de Bruna Surfistinha, ex- garota de programa que ganhou destaque nacional e internacional com o sucesso obtido através de seu primeiro livro, que vendeu cerca de 300 mil cópias através do mundo.

Na matéria são entrevistadas a própria Raquel Pacheco, mais conhecida como Bruna Surfistinha, e a atriz Déborah Secco, que fará o papel principal, encarnando a personagem.

O primeiro ponto que é interessante destacar é a dissociação que é feita entre Bruna e Raquel, é como se a Bruna tivera existido sempre como personagem, o que não é verdade, pois em seu livro, contando a vida de Bruna, é ressaltado que são experiências vividas de fato por ela, Raquel. Seria um caso de dupla personalidade, se não fosse feito o esforço de jogar a personalidade, prostituta, viciada, inconseqüente, mercenária, etc, num passado remoto, como se de fato ela não existisse na vida real, mas apenas em blogs, livros e revistas. Essa dissociação faz-se necessária, caso contrário o sucesso e o espaço obtido na mídia não alcançariam Raquel Pacheco. É como se ela tivesse por um tempo encenado o próprio papel, que agora irá chegar ao cinema através de uma outra atriz.

O outro ponto que eu gostaria de destacar é a espetacularização de um drama, da vida de uma menina de classe média que decide virar prostituta e que no final se casa e aparentemente vive feliz para sempre, mas sempre com a consciência pesada (aparentemente), e transformação disso num fenômeno.

A superexposição da intimidade, sua e de seus clientes, combinada com as ferramentas disponíveis para essa exposição formaram o caminho que elevou uma ex-prostituta no nível de celebridade.

A transformação de Raquel em Bruna, e de volta, de Bruna à Raquel, enquanto saciar a sede que temos pela intimidade, ainda mais por uma intimidade tão “vibrante” quanto poderia ser a de uma garota de programa, garantirá bons lucros aos detentores de seus direitos, seja lá quais forem e postulará o espetáculo como “modus operandi” de nossa sociedade.

Natália Ribeiro.

Matéria no site do Fantástico! Clique aqui!

domingo, 8 de novembro de 2009

Dica do Lucas



comentário do Lucas: Acho que mais ou menos na mesma linha dos Titãs,tem um vídeo do Jon Lajoie satirizando a industria cultural americana. Apesar de ser um cara inserido nessa "cultura de massa" a critica dele é bem legal e bem humorada.


sábado, 10 de outubro de 2009

Alguma semelhança com Adorno?



Quinze minutos de fama
Mais um pros comerciais
Quinze minutos de fama
Depois descanse em paz

O gênio da última hora
É o idiota do ano seguinte
O último novo-rico
É o mais novo pedinte

A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores
fracassos

Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então

As músicas mais pedidas
Os discos que vendem mais
As novidades antigas
Nas páginas dos jornais

Um idiota em inglês
Se é ''um'' idiota, é bem menos que nós
Um idiota em inglês
É bem melhor do que eu e vocês

A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos

Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então

Os bons meninos de hoje
Eram os rebeldes da outra estação
O ilustre desconhecido
É o novo ídolo do próximo verão

A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Histórias reais viram mania rentável do cinema nacional

Estadao - Fernanda Bambrilla

“A ficção está em decadência. É como se as histórias tivessem acabado.” Micael Langer, um dos diretores do documentário Simonal - Ninguém Sabe o Duro que Eu Dei, em cartaz na cidade, aponta para o novo caminho do cinema brasileiro: a cinebiografia. Contar histórias reais na telona tem se mostrado uma aposta certeira dos cineastas, enchido as salas de exibições e motivado novas produções.

Exemplos não faltam. Com estreia marcada para junho, Jean Charles, o longa que retrata a vida do brasileiro assassinado pela polícia de Londres, em 2005, encabeça a fila das biografias filmada que estão por vir. Uma fila longa, que ainda conta com a da ex-garota de programa Bruna Surfistinha, do jogador corintiano Ronaldo, do cantor e político Frank Aguiar, da assassina Suzane Von Richthofen, da cantora Cássia Eller, de Jânio Quadros, de Lula... “É uma tendência que vem funcionando e prova que o público está mais interessado no próprio País”, diz Fábio Barreto, que finaliza Lula, o Filho do Brasil. Previsto para estrear em janeiro de 2010, o filme não terá nada de política. “A vida do Lula a partir de 1980 todo mundo já conhece e é maçante. Será uma história de um filho e uma mãe, como outras milhares, e fala de superação de perdas.”

Já Henrique Goldman, diretor de Jean Charles, usa o apelo do caso verídico para reforçar o tom de denúncia. “A ficção tem que dar provas de ser verdadeira. Já a realidade, por mais absurda, é a prova da própria existência. Todo filme, baseado ou não na realidade, é um mundo com regras próprias, em que o espectador aceita viver por um determinado tempo.” No caso da história polêmica, o diretor diz que a vida do brasileiro o cativou por ser universal. “Procuro histórias que me interessam e rezo muito para que elas possam interessar ao mundo inteiro.”

Foi a perplexidade com um crime longe do convencional que levou a produtora Ana Paula Sant’Anna a iniciar o projeto de mostrar a vida de Suzane Von Richthofen, condenada por comandar o assassinato dos próprios pais, em 2002, ao cinema. “Quando soube dessa história tão complexa, logo me ocorreu: isso daria um filme”, resume Ana, que comprou os direitos do livro O Quinto Mandamento, de Ilana Casoy (uma ‘anatomia’ do crime), e viverá ela mesma a protagonista. Mas a atriz e produtora rechaça a ideia de um thriller policial. “Quero abordar a história dessa garota e não fazer um filme sanguinolento. Suzane podia ser a filha de qualquer um.”

Quem já provou o gosto de ter uma trama verídica fazendo sucesso no cinema quer repetir a dose. Depois de atrair mais de 5 milhões de espectadores com Dois Filhos de Francisco - que conta a trajetória da dupla Zezé di Camargo & Luciano -, Breno Silveira estava decidido a fazer uma coisa bem diferente, mas não conseguiu fugir da cinebiografia. “Logo apareceram muitas histórias de empresários, jogadores de futebol, perfis interessantes... Mesmo assim, não aceitei”, lembra o diretor. Até que uma fita sobre a vida Gonzaguinha caiu em suas mãos. “Foi meio sem querer e eu me encantei.” De volta à ‘cinerrealidade’ ele admite que o filão é de fato promissor: “Quando uma história tem um pé no real, é ainda mais bonita. A história verídica cria uma relação muito forte com o público. Todo mundo se sente um pouco Francisco.”

A moda das biografias também voltou a rondar Sandra Werneck. Após Cazuza, a cineasta flerta com um projeto parecido, focando a igualmente polêmica Cássia Eller, morta em 2001. “Quero mostrar não só a vida dela como cantora, mas a vida dela além do mito.” Para Sandra, o sucesso desse tipo de filme tem uma razão simples: a curiosidade. “Brasileiro adora falar da vida dos outros, para o bem e para o mal.”

A diretora acredita que a fama do personagem não garante bilheteria. “A pessoa que ela foi antes da fama é que influi para um bom filme. Se o cara foi um grande jogador de futebol, mas não teve uma vida interessante, não rende”, cutuca. Superar Pelé Eterno é a meta do Corinthians para 2010, quando começará as negociações para o longa sobre Ronaldo.

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,historias-reais-viram-mania-rentavel-do-cinema-nacional,376518,0.htm

domingo, 20 de setembro de 2009

O criador de Mitos

O americano Jeff Gomez foi professor de redação em escolas públicas e roteirista de revistas em quadrinhos. Agora, ajuda grandes empresas a aumentar suas vendas criando histórias fantásticas para marcas e produtos
Por Márcio Juliboni 06/08/2009
O americano Jeff Gomez dificilmente se enquadraria no biotipo das estrelas do mundo do marketing e da publicidade. Com seu ar distraído e o figurino mal-ajambrado, ele adora videogames, a série de filmes Star Wars e os livros do escritor britânico J.R.R. Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis. Seu currículo traz experiências pouco comuns aos profissionais do ramo, entre elas a de professor de redação em escolas públicas barra-pesada de Nova York e o trabalho como roteirista de histórias em quadrinhos em publicações obscuras. Ou seja, Gomez seria o modelo perfeito e acabado de nerd não fosse um detalhe: sua notável capacidade de criar mitos e universos paralelos. Há nove anos, ele vislumbrou a possibilidade de viver daquilo que mais gostava de fazer e criou a empresa Starlight Runner, especializada em criar histórias e personagens que possam ser utilizados como parte das estratégias de marketing de grandes corporações. Hoje, a Starlight Runner tem entre seus clientes empresas donas de marcas ícones, como Coca-Cola, Microsoft e Walt Disney Company, e as fabricantes de brinquedos Mattel e Hasbro. "Jeff tem um talento incomum para imaginar novos mundos e personagens que cativem as pessoas", disse a EXAME Faris Yakob, vice-presidente de estratégias de tecnologia da McCann Erickson em Nova York. "E isso vale ouro para as grandes empresas que querem investir em estratégias de marketing inovadoras."

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Performance Presente Futuro

Ciclo de Performances e Palestras no Oi Futuro, de 11 a 13 de setembro.


Vale a pena conferir!


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Mostra de Filmes - O Cinema em Carne Viva - Início 25 /08


A mostra reúne um grupo de renomados pesquisadores, diretamente envolvidos com o estudo das relações entre corpo, imagem e tecnologia, destacando a importância da obra de Cronenberg na atualidade, em diálogo com os debates mais recentes sobre as relações entre a tríade proposta, e seus impactos socioculturais. A discussão da filmografia fortalece o debate cultural e intercâmbio de trabalhos desenvolvidos por pesquisadores brasileiros sobre a obra do diretor canadense e suas questões sobre corpo, imagem e tecnologia. Aborda ainda as transformações do dispositivo cinematográfico, do corpo e da percepção, sob o impacto de novas demandas sensoriais ao longo do tempo. (texto completo em www.carneviva.com )

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Rodrigo Freitas



Após sair da palestra da professora Paula Sibília, não me veio um exemplo mais claro deste uso da artificiação da matéria orgânica, do que o Programa Dr Hollyood.

Abaixo a descrição do programa:


“No Dr. Hollywood você assiste em primeira mão ao que acontece nos bastidores do universo de quem tem o corpo alterado de maneira sutil ou radical.”

“A série revela o dia-a-dia do médico com um olhar diferenciado, pois navega também em sua vida pessoal. Além disso, você acompanha também o passo-a-passo de uma operação e os riscos que os pacientes correm a partir do momento em que entram na sala de cirurgia.”

“O mais ocupado e procurado cirurgião plástico de Berverly Hills, Dr. Robert Rey nos leva toda semana à sua incrível e bem-sucedida carreira e à sua vida pessoal entre ricos e famosos de Bel Air, através do seu programa “Dr. Hollywood” aqui na RedeTV. Os espectadores irão ter uma visão privilegiada das técnicas mais avançadas em cirurgias plásticas, conhecer a intimidade de pessoas que fazem tudo pela perfeição, vivenciar sua vida com a esposa e parceira de negócios Hayley e sua filha de três anos, Sidney, no mundo de fantasia de Berverly Hills.”

”Dr. Rey, um cirurgião plástico formado pela Faculdade de Medicina de Harvard se especializou em cirurgia plástica com o mínimo de cicatriz, ou seja, suas operações são responsáveis por deixar a cicatriz o mais imperceptível possível. Pelo fato de ele tratar de muitas estrelas, da TV e do cinema, e modelos badaladas, ele tem o maior cuidado de não deixar cicatrizes e manter as pessoas com um visual natural”

Na palestra a professora Paula Sibília abortou o seguinte questionamento; “Até que ponto é possível “aperfeiçoar” um corpo?” e no decorrer de suas exposições ela citou como exemplo da antiguidade o Pigmaleão que era um escultor e rei de Chipre que se apaixonou por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher ideal.

Seria o Dr. Hollwood um exemplo de Pigmalião moderno? Onde com todas suas técnicas, ele produz "criaturas perfeitas"? Nesta comparação podemos atentar para a não existência do fator romântico que torna o caso de Pigmaleão um tanto lúdico e curioso. No Dr. Hollwood o que se vê é a personificação de uma criatura que por si só, já é espetacularizada. E para intensificar o espetáculo que é o programa, vemos as cirurgias plásticas, que produz novas criaturas, como tema principal.

Atualmente tornou-se habitual esta passagem do natural para o artificial, e cada vez mais nos deparamos com estas criaturas quase andrógenas. Que já perderam o senso do que realmente é aceitável. Na palestra, a Paula citou o advento das ferramentas digitais, que produzem imagens corporais "perfeitas" e intensifica esta idealização de um corpo "perfeito".

Passando uma sensação de facilidade ao fazer as cirurgias, o Dr. Hollwood transforma uma cirurgia complexa e dolorida em uma coisa simples. Nos anúncios onde se exibe fotografias de antes e depois das cirurgias plásticas, também encontramos esta tentativa de passar facilidade ao fazer uma cirurgia plástica.

Com esta falsa facilidade nas cirurgias, as pessoas são conquistadas e a utilizam para melhorarem suas aparências e cada vez mas moldar este eu - personagem que atua nos filmes-vidas que Neal Gabler cita no seu texto "Vida, O Filme - Como o entretenimento conquistou a realidade". Neste mundo que nem mais os corpos são verdadeiros, a sociedade segue para um verdadeiro teatro de fantoches, onde as pessoas viram personagens e seus corpos a caracterização desses personagens.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Thiago Santos

Programa Dr. Hollywood – Sociedade do Espetáculo Debord

O vídeo, que mostra cenas do programa veiculado pela Tv, que pode ser visto como a espetacularização das cirurgias plásticas, em que, além de contribuir para a banalização e a exaltação deste ato, ainda transforma a vida pessoal, dos pacientes e médicos, em pública, usando a linguagem que chamamos de Reality Show.

As câmeras acompanham a vida dos pacientes, antes, durante e depois das cirurgias, e também é mostrada a vida dos médicos, de maneira que podemos ver o que leva as pessoas a quererem mudar suas aparências, o discurso dos médicos e dos pacientes sempre pautado nessa valorização da estética, da aparência, em que a cirurgia é mostrada como possibilidade de mudança de vida. Um excelente programa para aplicar a teoria crítica de Debord sobre a “Sociedade do Espetáculo” que aprendemos no Curso de Teorias da Comunicação.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Caio Esteves

Gabler não tira férias

" O amor não tira férias", mais uma comédia romântica para alguém que se entretem com filmes do gênero, mas um objeto de reflexão para os conhecedores da obra "A vida, o filme" de Neal Gabler, em que a protagonista, uma produtora de cinema, vê sua vida se passando como o trailer de um filme. Um filme inocente, a principio, mas que serve de ilustração para a obra de Neal Gabler.

sábado, 4 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Francisco Protasio

Aluguel de trajes e roupas rigor em São Paulo. Nas fotos do site modelos de roupas ou trajes rigor para formatura, casamentos e eventos a rigor. Aluguel de smoking, casacas, fraques e meio fraques. Aluguel de ternos em cores sóbrias. Ternos pretos e ternos risca de giz. Também aluguel de trajes black tie. Disponíveis coletes em vários padrões e cores para uso com as casacas, smokings, fraques e meio fraques. Nossos trajes rigor para aluguel são confeccionados com tecidos modernos e confortáveis e de ótima qualidade.
Para detalhes sobre aluguel de trajes rigor e ternos contate nossa loja, clicando em "Endereço da Loja", pelo telefone ou faça-nos uma visita.
Lapa - Vila Pompéia - São Paulo - SP.

http://www.personnagerigor.com.br/aluguel-de-trajes-roupas-rigor-formatura-black-tie-ternos-smoking-casacas-fraques-meio-fraque-coletes-loja-site-fotos-modelos-sao-paulo.html


Essa propaganda, de um site especializado em aluguel de roupas, nos remete a algumas teorias em relação à sociedade contemporânea.

Mais especificamente, pode-se observar a preocupação, nos dias atuais, da valorização da imagem própria perante o outro. Essa valorização Debord relaciona com um “Espetáculo”. Segundo o autor, há uma contraposição dessa idéia com a idéia do diálogo, da palavra. Com o espetáculo, as pessoas perderiam força da palavra – essa, sim, é a base do pensamento, pode ser usada como arma política para mudar o mundo. Esse era o pensamento de Debord.

Gabler, em “Vida, o filme”, se aproxima também com essa idéia de aparência. Há uma passagem cronológica na mudança de valores de acordo com os contextos sociais. Com o surgimento do capitalismo industrial, há uma passagem da idéia do “Ser” para a valorização do “ter”. A partir da década de 60 do século XX, existe outra passagem: abandona-se o “ter” para o “parecer”, ou aparecer. Isso nos remete ao anúncio: A questão do alugar é só para aparecer durante uma noite, espetacularizada. Esses aluguéis são freqüentes na sociedade contemporânea, tendo em vista que a cada festa pode-se alugar um diferente para aparecer naquela noite, quando na verdade não se tem nada daquilo. Assim como aluguéis de roupas, existem aluguéis de jóias, e por aí vai. A imagem própria como criação de uma identidade, de um perfil, verdadeiro ou não, que tem que ser mostrado para os outros.