sábado, 4 de dezembro de 2010

Marketing, redes sociais e a influencia direta no consumo: o ínicio da web 3.0 por Viviane Laprovita

É notório que estamos situados na era “multicolorida do marketing global”, como citado por Paula sibília em seu livro “o show do eu”. As atuais redes sociais da web 2.0 que estão cotidianamente em nossa vida, por serem ferramentas de exposição, de forma megalômana e excêntrica da nossa imagem, acabam sendo fontes espelho de nossas informações pessoais, interesses, gostos e desejos. Essa gama de informações sobre nós mesmos é uma arma para a publicidade e o marketing que associado as redes sociais fornecem um serviço de profunda pesquisa sobre os interesses do consumidor em potencial.

Um exemplo disso é o facebook (rede social) e o groupon ou peixe urbano (sites de descontos em produtos). É algo quase místico, acordo com vontade de comer comida japonesa, abro meu perfil do facebook e lá está uma oferta de 60% de desconto justamente em comida japonesa. Coincidência? Ou será uma associação dos meus interesses relatados em minhas redes sociais e uma inserção oportuna de marketing do produto?



Além dessa abordagem objetiva do marketing oferecendo exatamente o que queremos, há também a sutil influencia através dessas redes sociais aliadas ao marketing, esses sites de desconto nos influenciam a nos comportar de maneira a sermos consumidores em potencial de qualquer produto, seja ele qual for. Por exemplo, Utilizando nossas redes sociais nos deparamos diariamente com um anuncio de 75% de desconto em uma viagem que é irresistível e provavelmente, imaginamos, não encontraremos tal oportunidade de compra dessa oferta novamente. Então compramos, mesmo sem termos tempo ou interesse pra um dia utilizar o produto que compramos, mesmo sem precisarmos.

Esse consumismo de produtos deliberadamente sem motivo acaba nos dominando também através do conceito de auto-colaboração utilizado por algumas redes e empresas no qual é oferecido ao usuário uma recompensa financeira por divulgação do produto, assim divulgamos as ofertas aos amigos e conhecidos na intenção de ganhar créditos no site para comprarmos mais itens desnecessários e alimentar esse ciclo vicioso do consumismo.

Diante disso podemos observar que essa junção de marketing e redes sociais está criando um novo campo de trabalho na publicidade no qual se visa a criação de um novo cargo que já está sendo inserido nas agências. Além das áreas de publicidade já existentes (atendimento, mídia, planejamento, criação e produção) pensa-se em criar uma área especificamente para realizar esse serviço de pesquisa e relações de perfis digitais, a produção online, que visa atender a crescente demanda dos clientes por uma comunicação digital.

Desse modo, podemos analisar que todos os relatos de novos mecanismos de ação do marketing descritos nesse texto refletem um pouco a inserção da própria web 3.0 que consiste na idéia de oferecer um serviço de inteligência traçando perfis de usuários, direcionando conteúdos a partir desses perfis e organizando a infinidade de informações na internet. Dessa maneira, em meio a todas essas idéias, cada vez mais teremos uma influência direta e um controle maior em relação ao que consumiremos futuramente, tornando possível que um dia cheguemos a confundir e não ter mais a noção de diferenciação de nossas verdadeiras demandas e vontades das influencias da mídia.

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