terça-feira, 6 de julho de 2010

A febre do Twitter por Eduarda Gonsalez

Uma nova rede de relacionamentos surge nos Estados Unidos com função de microblog, restringe por isso o número de caracteres para 140, “obrigando” os usuários a serem sucintos e objetivos em suas falas. Muito foi dito que uma rede social com essas características não daria certo. Hoje o Twitter é sucesso no mundo!

A febre do Twitter, como é chamado o vício em que os usuários passam a ter a partir do primeiro “tweet”, pode ser explicado no livro da Paula Sibilia “O Show do Eu”. Em seu livro, Paula Sibilia fala muito sobre a espetacularização do “eu” que busca a todo o momento te fazer acreditar que é você o protagonista, que escreve para que OUTROS leiam e, quanto mais comentários forem feitos maior o número de pessoas sendo atingidas por aquilo que VOCÊ escreveu.

Na rede social Twitter cada usuário escreve objetivamente o que pensa e quanto mais o que ele escreve é lido pelos outros, mais popularidade e “followers” ele ganha. Além disso, o usuário tem a possibilidade de “seguir” celebridades, artistas e cantores/bandas de que são fãs, dando a impressão de que essas pessoas fazem parte do seu ciclo de amizades ou vice-versa. Geralmente os twitteiros, como são chamados, utilizam o espaço para expressar suas opiniões acerca de qualquer assunto com ou sem relevância, isso quando não escrevem apenas coisas de sua intimidade, particularidade que só pertence ao seu “mundo”.



Ao mesmo tempo em que existe uma exposição de si mesmo, também há a necessidade de observação do outro. Paula Sibilia também afirma em seu livro questões que levam a pensar o porquê de algo tão cuidado para que não seja exposto (a intimidade) agora é, pelo contrário, exposto a quantos quiserem ver. Isso nos faz lembrar dos diários que continham chaves e eram escondidos para que ninguém lesse. É a transformação da intimidade em espetáculo mediado pelas redes on-line, graças a Web 2.0 que se utiliza de ferramentas como o Twitter, facilitando essa superexposição.

Hoje o Twitter não tem só o papel de uma rede social de entretenimento. Já adquiriu outras funções devido ao potencial de alcance que ele possibilita. Empresas utilizam o twitter para garantirem uma aproximação do cliente com a sua marca, podendo, com essa aproximação saber o que há de melhor em seu produto e o que melhorar, dando a impressão de que o cliente está ajudando a criar e manter a marca que gosta.

“A rede mundial de computadores se tornou um grande laboratório , um terreno propício para experimentar e criar novas subjetividades: em seus meandros nascem formas inovadoras de ser e estar no mundo, que por vezes parecem saudavelmente excêntricas e megalomaníacas, mas outras vezes (ou ao mesmo tempo) se atolam na pequenez mais rasa que se pode imaginar. Como quer que seja, não há dúvidas de que esses reluzentes espaços da Web 2.0 são interessantes, nem que seja por que se apresentam como cenários bem adequados para montar um espetáculo cada vez mais estridente: o show do eu” (página 27)

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