Na edição de 4 de julho de 2010, o jornal O Globo, publicou reportagem no caderno Boa Chance intitulada “Antenado e Centrado” onde aborda a procura por profissionais para gerenciamento de perfis ou conteúdos de empresas e marcas nas redes de relacionamento ( Orkut, Facebook, MySpace) e blogs e microblogs (Twitter). Segundo o texto, apesar da consolidação dos departamentos de mídias sociais no interior das grandes e médias empresas, ainda há espaço para o crescimento do número de vagas nesta área. Por se tratar de um caderno só de empregos, a principal pauta é a empregabilidade e as oportunidades de crescimento profissional nesta área.
As redes sociais e outros adventos da Web 2.0 ampliam a radicalização da necessidade exposição da aparência, mesmo que diferente da realidade, gerada nos Estados Unidos da América decorrer do século XX. Segundo Neal Gabler, a performance tem por objetivo atrair a atenção dos outros mostrando o que se deseja ser. O padrão de exposição é o artista dos meios de comunicação de massa, permanentemente exposto, bem avaliado pelo público e com uma ampla gama de contatos na sociedade. A mesma formula existe na seleção dos possíveis profissionais na área de gerência de Web 2.0. Um importante pré-requisito é ter não só familiaridade com as ferramentas, mas, também, uma avaliação positiva e uma extensa redes de contatos, demonstrativos uma boa gestão de imagem.
Por outro lado, as redes sociais são encaradas pela ampla maioria do público como uma forma de entretenimento. No entanto, os vultuosos investimentos das empresas na área de internet em especial na área de redes sociais justificam a avaliação de Gabler que diz que a fronteira entre o entretenimento (diversão, atividades lúdicas, etc) e o consumo está cada vez menor. Os filmes, músicas e outros produtos culturais modernos são acompanhados de enorme merchandising (George Lucas abriu mão de parte dos direitos autorias sobre Guerra nas Estrelas – Episódio IV – Uma Nova Esperança para controlar os direitos de imagem dos personagens e faturar U$ 20 bilhões). Da mesma forma acontece com as redes sociais. Para assistir um videoclipe com Jorge Ben Jor e Mano Brown regravando o clássico “Ponta de Lança de Africano” (Umbabarauma), o usuário do Facebook deveria curtir o link e, então assistir. Ao curtir, os seus contatos sociais na rede ficam sabendo e o mesmo anúncio lhes é mostrado.
Por fim, apesar das empresas promoverem ações no campo das redes sociais, a maioria delas ainda restringem parcialmente ou proíbem completamente o acesso de seus funcionários às redes sociais no trabalho. Tal fato contraditório pode ser explicado através das teses de Michael Foucalt. Para o autor, a sociedade moderna controla e, através de vária instituições sociais (exército, escola e outros) adestra e molda os corpos humanos de acordo com as necessidades da sociedade moderna. A busca pelos altos lucro e pela produtividade máxima é a tônica. Mesmo que nessa sociedade seja fundamental a participação nas redes sociais, o temor de perda de produtividade da base para a proibição. A disciplina é usada para mantê-la alta.
terça-feira, 13 de julho de 2010
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