sexta-feira, 9 de julho de 2010

Empresas e as redes sociais por Isabella Lupatini

A reportagem fala sobre a posição de empresas e o uso das redes sociais pelos seus empregados. Algumas empresas estão adotando a política de vigiar os seus empregados pelo twitter ou até mesmo vetar o uso dessa ferramenta.

Focault diz que para que a sociedade possa funcionar é necessário de disciplina. Em qualquer sociedade o corpo está preso no interior de poderes muito apertados, que lhe impõe limitações, proibições ou obrigações. A disciplina produz, para a modelagem e controle dos corpos, ferramentas que vão nortear todo o processo de construção do poder e normatização das condutas, adotando caracteres para sua aquisição: “constrói quadros; prescreve manobras; impõe exercícios; enfim, para realizar a combinação das forças, organiza ‘táticas’” (p. 150). Diante destes processos progressivos é retirado cada momento do tempo dos indivíduos, perpassando uma escala gradual e evolutiva em busca do aumento de suas potencialidades, criando assim “uma nova maneira de gerir o tempo e torná-lo útil, por recorte segmentar, por seriação, por síntese e totalização” (p. 145). A disciplina não prioriza o aumento da habilidade do sujeito, mas uma relação de obediência e utilidade – quanto mais obediente, mais útil e vice-versa. Portanto, ela fornece subsídios para o aprimoramento das técnicas, aumentando em grandeza diretamente proporcional suas utilidades, enraizadas em preceitos de docilidade. Seriam, para Foucault: “métodos que permitem o controle minucioso das operações do corpo, que realizam a sujeição constante de suas forças e lhes impõem uma relação de docilidade-utilidade” (p. 126).

Fazendo um paralelo com a reportagem dizemos que os empregados dessas empresas estão sendo controlados por estas através das redes sociais, não pelo bem do processo da atividade que os funcionários exercem, mas sim pela preocupação do resultado. Afinal, não querem que os funcionários demorem a produzir por estar perdendo tempo nessas redes ou então, têm medo de que o funcionário com um comentário infeliz possa estragar o nome da empresa ou de algum produto publicamente. Nesse processo não é visado o aumento da habilidade dos empregados, mas sim uma relação tornando os mais obedientes e logo, mais úteis.

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