sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Tragédia dá Dinheiro - Por Ruth Cavalcanti

Tragédia dá dinheiro
Pergunte à imprensa





Notícia ruim chega rápido. Quem nunca escutou essa frase? E, realmente, chega. Principalmente se o veículo em questão for a mídia. O mundo midiático é mais violento que o mundo real. Em um universo noticiário, de 100%, mais da metade é composto por crimes, assassinatos, bombas, corrupção, entre outros. Será que a imprensa é, de fato, o espelho que reflete a situação geral do mundo?
Desandando a receita do bolo, o mal recebe muito mais fermento do que deveria. Dizem que o bem é tímido e o mal é espetaculoso. Mas, quem cria estas realidades é o Homem. Pelo visto, amenidades não vendem jornal, não dão ibope, não rendem assunto. Há programas que são sustentados pela desgraça alheia. Alguém já se perguntou o objetivo desse tipo de programação?
Porém, críticas em vão. Pois, perante espectadores sedentos de desgraça, o que podemos fazer? Vivemos em uma sociedade contraditória. Ao mesmo tempo em que clama por paz, participa e assiste vorazmente a programas de violência expressa. Repercute e valoriza, além da conta, as tragédias que, inevitavelmente, é claro, acontecem. E, agigantam e alimentam o monstro da desgraça, com muito mais ardor do que pedem por um mundo melhor. Consumimos mais tragédia que o necessário.
Bem, parodiando a frase “Cada povo tem o governo que merece”, por que não “Cada povo tem a imprensa que merece”? Se não nos basta a violência cotidiana, continuemos, então, a rechear nossos dias com mais doses extras de dores e misérias. Chegará o dia em que sequer colocaremos o nariz para fora de casa. E, viva o culto ao Caos!

Um comentário:

Andreia Lopes disse...

Que tem muita tragédia tem, e é dificil dizer se realmente representa a sociedade em si.
Porém se tem tanta tragédia na impressa é porque tem público, e dá audiência.