quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Proposta Temática - Rafael Mesquita

A estética da realidade nas novelas de Manoel Carlos

Visando mostrar que o “choque do real” e as demandas realistas existentes em nossas mídias de hoje não ocorrem apenas em estéticas “pouplares” (favelas, pobreza e fome), farei um trabalho acerca da realidade exacerbada existente nas novelas de Manoel Carlos (globo), utilizando vozes polifônicas que reproduzem um estilo de vida da zona Sul do Rio como um modo de vida ideal. O estudo se baseará nos pensamentos de Beatriz Jaguaribe (choque do real), Neal Gabler (vida, o filme) e outros pensamentos utilizados em sala para estudar as cenas escolhidas. Separei algumas cenas para serem debatidas, como a cena da personagem, em Laços de Família, que raspa a cabeça por causa da leucemia, que causou uma comoção social muito grande, e na cena em questão, não sabemos se é a atriz ou a personagem que chora, bem como a cena do tiroteio em que mata a personagem Fernanda, em Mulheres Apaixonadas, que nos dá uma catarse devido ao choque da cena e a passeata pela paz, que houve depois, misturando personagens e pessoas da vida real. Também falarei do “merchandising” social de suas outra tramas e dos diálogos totalmente cotidianos, tirando a carga de dramaticidade e colocando falas corriqueiras do nosso dia a dia, além dos dramas sociais existentes em nossa sociedade, que ele reproduz colocando pessoas não da classe baixa, mas da classe média urbana da zona sul do Rio de
Janeiro.


links do youtube:

http://www.youtube.com/watch?v=xbHI3QQARAo (camila raspando a cabeça)

http://www.youtube.com/watch?v=3j7FwiRPabk&feature=related (fotos reais utilizadas na abertura)

http://www.youtube.com/watch?v=vbZt6l1nOZ8 (tiroteiro, morte de Fernanda)

Um comentário:

sibilia disse...

Muito interessante o objeto escolhido, esse realismo presente nas telenovelas brasileiras, e a perspectiva de análise, que envolve a mistura proposital e a exploração (inclusive comercial) da ambigüidade entre ambas as esferas.
Além dos textos teóricos mencionados no resumo, sugiro a leitura do ensaio de Roland Barthes sobre “o efeito de real” e o texto de Ilana Feldman sobre o auge do “apelo realista” na contemporaneidade.
Sobre a confusão entre o sofrimento da atriz e o da personagem numa das cenas escolhidas, acho que aí você tem todo um universo a explorar. Talvez possa te servir a leitura dos Cap. 6 e 7 do meu livro “O show do eu”, intitulados “Eu autor e culto à personalidade” e “Eu personagem e o pânico da solidão”.