Impressões sobre a Sociedade do Espetáculo
Na palestra de 5ª feira, na Casa de Rui Barbosa, a professora Paula Sibilia fez uma apresentação sobre o aperfeiçoamento do corpo. Ao meu ver, é possível relacionarmos diretamente essa questão com as características da “ Sociedade do Espetáculo”, explicada e denominada desta maneira por Debord.
Durante a apresentação, Paula sugeriu diversos exemplos de famosos que modificaram seus corpos para se adequarem às imagens padrões que são solicitadas por essa sociedade. Imagens essas que só tem valor, e só fazem valer a pena tanta transformação e cirurgia do corpo porque nessa sociedade a visão e a confirmação do olhar do outro é extremamente importante.
O ser que havia se transformado em ter, na época do capitalismo industrial, se torna parecer, aparecer com a sociedade do espetáculo, no capitalismo pós-industrial. As pessoas são o que mais aparentam.
Um dos exemplos utilizados durante a palestra, de pessoa que “aperfeiçoam” o corpo, é um ótimo exemplo desse enquadramento na sociedade do espetáculo: Michael Jackson. O cantor ,ao meu ver, foi o artista que mais modificou seu corpo, ou seja, só por isso já estava totalmente fixado nesse tipo de sociedade,mas além desse ponto, ele era um artista conhecido não somente por seu estilo de dança ou musica e videoclipe, mas também era conhecido pela sua vida pessoal. As pessoas acompanhavam sua vida e isso pode ser observado com mais clareza com o seu falecimento, em que muitas pessoas declararam perder sua vida junto à morte do cantor e assim perder sua razão de viver. Além disso, o seu próprio enterro está virando um espetáculo. Será aberto ao publico e em torno dele esta havendo uma grande movimentação digna de um evento de Oscar.
Nessa sociedade podemos nos fazer diversas questões: até que ponto esse aperfeiçoamento é valido? Qual seria o problema de fazer a morte de alguém um espetáculo se esse alguém já era um espetáculo em vida, ou será que no momento da morte os valores tradicionais são recuperados?
Enfim, estamos ainda vivendo essa sociedade e muitas questões ainda vão ser levantadas e muitas ainda não foram resolvidas. Segundo a professora Paula, há ainda uma fronteira muito confusa, tanto no nosso cotidiano como no nosso imaginário, sobre a diferença do natural e do artificial. Acredito eu, que esse sentimento de confusão não ocorra somente em relação a esse ponto. Atualmente, a fronteira entre o que se designa sociedade do espetáculo e o que não se enquadra nela também esta muito confusa, na medida em que nossas próprias vidas também são consideradas espetáculo.
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