quinta-feira, 9 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Rodrigo Freitas



Após sair da palestra da professora Paula Sibília, não me veio um exemplo mais claro deste uso da artificiação da matéria orgânica, do que o Programa Dr Hollyood.

Abaixo a descrição do programa:


“No Dr. Hollywood você assiste em primeira mão ao que acontece nos bastidores do universo de quem tem o corpo alterado de maneira sutil ou radical.”

“A série revela o dia-a-dia do médico com um olhar diferenciado, pois navega também em sua vida pessoal. Além disso, você acompanha também o passo-a-passo de uma operação e os riscos que os pacientes correm a partir do momento em que entram na sala de cirurgia.”

“O mais ocupado e procurado cirurgião plástico de Berverly Hills, Dr. Robert Rey nos leva toda semana à sua incrível e bem-sucedida carreira e à sua vida pessoal entre ricos e famosos de Bel Air, através do seu programa “Dr. Hollywood” aqui na RedeTV. Os espectadores irão ter uma visão privilegiada das técnicas mais avançadas em cirurgias plásticas, conhecer a intimidade de pessoas que fazem tudo pela perfeição, vivenciar sua vida com a esposa e parceira de negócios Hayley e sua filha de três anos, Sidney, no mundo de fantasia de Berverly Hills.”

”Dr. Rey, um cirurgião plástico formado pela Faculdade de Medicina de Harvard se especializou em cirurgia plástica com o mínimo de cicatriz, ou seja, suas operações são responsáveis por deixar a cicatriz o mais imperceptível possível. Pelo fato de ele tratar de muitas estrelas, da TV e do cinema, e modelos badaladas, ele tem o maior cuidado de não deixar cicatrizes e manter as pessoas com um visual natural”

Na palestra a professora Paula Sibília abortou o seguinte questionamento; “Até que ponto é possível “aperfeiçoar” um corpo?” e no decorrer de suas exposições ela citou como exemplo da antiguidade o Pigmaleão que era um escultor e rei de Chipre que se apaixonou por uma estátua que esculpira ao tentar reproduzir a mulher ideal.

Seria o Dr. Hollwood um exemplo de Pigmalião moderno? Onde com todas suas técnicas, ele produz "criaturas perfeitas"? Nesta comparação podemos atentar para a não existência do fator romântico que torna o caso de Pigmaleão um tanto lúdico e curioso. No Dr. Hollwood o que se vê é a personificação de uma criatura que por si só, já é espetacularizada. E para intensificar o espetáculo que é o programa, vemos as cirurgias plásticas, que produz novas criaturas, como tema principal.

Atualmente tornou-se habitual esta passagem do natural para o artificial, e cada vez mais nos deparamos com estas criaturas quase andrógenas. Que já perderam o senso do que realmente é aceitável. Na palestra, a Paula citou o advento das ferramentas digitais, que produzem imagens corporais "perfeitas" e intensifica esta idealização de um corpo "perfeito".

Passando uma sensação de facilidade ao fazer as cirurgias, o Dr. Hollwood transforma uma cirurgia complexa e dolorida em uma coisa simples. Nos anúncios onde se exibe fotografias de antes e depois das cirurgias plásticas, também encontramos esta tentativa de passar facilidade ao fazer uma cirurgia plástica.

Com esta falsa facilidade nas cirurgias, as pessoas são conquistadas e a utilizam para melhorarem suas aparências e cada vez mas moldar este eu - personagem que atua nos filmes-vidas que Neal Gabler cita no seu texto "Vida, O Filme - Como o entretenimento conquistou a realidade". Neste mundo que nem mais os corpos são verdadeiros, a sociedade segue para um verdadeiro teatro de fantoches, onde as pessoas viram personagens e seus corpos a caracterização desses personagens.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Thiago Santos

Programa Dr. Hollywood – Sociedade do Espetáculo Debord

O vídeo, que mostra cenas do programa veiculado pela Tv, que pode ser visto como a espetacularização das cirurgias plásticas, em que, além de contribuir para a banalização e a exaltação deste ato, ainda transforma a vida pessoal, dos pacientes e médicos, em pública, usando a linguagem que chamamos de Reality Show.

As câmeras acompanham a vida dos pacientes, antes, durante e depois das cirurgias, e também é mostrada a vida dos médicos, de maneira que podemos ver o que leva as pessoas a quererem mudar suas aparências, o discurso dos médicos e dos pacientes sempre pautado nessa valorização da estética, da aparência, em que a cirurgia é mostrada como possibilidade de mudança de vida. Um excelente programa para aplicar a teoria crítica de Debord sobre a “Sociedade do Espetáculo” que aprendemos no Curso de Teorias da Comunicação.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Caio Esteves

Gabler não tira férias

" O amor não tira férias", mais uma comédia romântica para alguém que se entretem com filmes do gênero, mas um objeto de reflexão para os conhecedores da obra "A vida, o filme" de Neal Gabler, em que a protagonista, uma produtora de cinema, vê sua vida se passando como o trailer de um filme. Um filme inocente, a principio, mas que serve de ilustração para a obra de Neal Gabler.

sábado, 4 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Francisco Protasio

Aluguel de trajes e roupas rigor em São Paulo. Nas fotos do site modelos de roupas ou trajes rigor para formatura, casamentos e eventos a rigor. Aluguel de smoking, casacas, fraques e meio fraques. Aluguel de ternos em cores sóbrias. Ternos pretos e ternos risca de giz. Também aluguel de trajes black tie. Disponíveis coletes em vários padrões e cores para uso com as casacas, smokings, fraques e meio fraques. Nossos trajes rigor para aluguel são confeccionados com tecidos modernos e confortáveis e de ótima qualidade.
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Essa propaganda, de um site especializado em aluguel de roupas, nos remete a algumas teorias em relação à sociedade contemporânea.

Mais especificamente, pode-se observar a preocupação, nos dias atuais, da valorização da imagem própria perante o outro. Essa valorização Debord relaciona com um “Espetáculo”. Segundo o autor, há uma contraposição dessa idéia com a idéia do diálogo, da palavra. Com o espetáculo, as pessoas perderiam força da palavra – essa, sim, é a base do pensamento, pode ser usada como arma política para mudar o mundo. Esse era o pensamento de Debord.

Gabler, em “Vida, o filme”, se aproxima também com essa idéia de aparência. Há uma passagem cronológica na mudança de valores de acordo com os contextos sociais. Com o surgimento do capitalismo industrial, há uma passagem da idéia do “Ser” para a valorização do “ter”. A partir da década de 60 do século XX, existe outra passagem: abandona-se o “ter” para o “parecer”, ou aparecer. Isso nos remete ao anúncio: A questão do alugar é só para aparecer durante uma noite, espetacularizada. Esses aluguéis são freqüentes na sociedade contemporânea, tendo em vista que a cada festa pode-se alugar um diferente para aparecer naquela noite, quando na verdade não se tem nada daquilo. Assim como aluguéis de roupas, existem aluguéis de jóias, e por aí vai. A imagem própria como criação de uma identidade, de um perfil, verdadeiro ou não, que tem que ser mostrado para os outros.

Produção dos alunos - Por João Fanara

( TV ) TRAVESTIDA DE VIDA

Autor: André Luiz Pereira M

Eu sou a sua passividade
A realidade criada.
Eu sou o que você veste
O que você come e bebe.
Eu sou a televisão.

Eu sou a sua gramática
O seu dicionário.
Eu sou a notícia tramada
A ação manipulada.
Eu sou a televisão.

Eu sou a sua vida
A sua família.
Eu sou a apoteose dos deuses
E o caldeirão dos demônios.
Eu sou a televisão.

Eu sou a sua companhia
Seus sonhos e as suas fantasias.
Eu sou o seu prazer
Sou a sua libido.
Eu sou a televisão.

Eu sou a sua consciência
Sou os seus passos
Eu deixo o povo atônito
Sou uma espécie de “Príncipe Eletrônico”
Eu sou a televisão.

Sou o espetáculo na sociedade
Eu sou a cultura de massa
Sou quem alimenta o povo em todos os sentidos
Pois na verdade sou a alienação
Travestida de vida
Passando todo dia na televisão.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Gustavo Rocha


Eterno Rei do Pop

Muito se falou e se mostrou durante toda sua vida. Apesar dos grandes recursos tecnológicos e criativos de seus shows e vídeo clipes, esses não foram os únicos grandes espetáculos da trajetória do rei do pop. A sua vida assim como sua morte foram espetáculos de grandes proporções.

Sem sombra de dúvida, talento e carisma foram constatados em sua trajetória. Mas, pergunta-se, qual o motivo da espetacularização? Qual o motivo desse espetáculo recheado de especulações sobre sua intimidade?

Apesar de morto, sua vida é ainda mais esmiuçada. Mas por quê? Não sei, mas ouvi alguém dizer que “Michael Jackson era o próprio espetáculo e ele merecia uma espetacularização a sua altura”.

Esse acontecimento, portanto, me levou a questionar coisas do tipo: por que choramos por alguém que “concretamente” não conhecíamos? Seguindo o raciocínio de Guy Debord, Michael não seria um desconhecido, pois o espetáculo não se dá pela simples exposição de imagens, mas por relações sociais mediatizadas por imagens e foi o que aconteceu durante boa parte da vida do astro. Por um momento, então, me questionei se seria possível que Michael Jackson seguisse a moda do momento, o Twitter, assim como vem fazendo algumas celebridades. Daí, percebi que tal indagação era desnecessária, porque com ou sem Twitter, sua vida era exageradamente pública.

Desde a infância, Michael Joseph não tinha qualquer liberdade e assim se perpetuou por toda sua fase adulta. Uma série de especulações sobre sua câmara hiperbárica, a suposta preocupação em envelhecer levada a extremos, traços claros e preocupantes de uma sociedade que cultua a aparência, a “eterna juventude”. Um verdadeiro espetáculo que camuflaria a sua busca incessante por uma imagem inalcançável, além de uma suposta dependência por medicamentos. Mas que tanta dor sentiria Michael? Seria apenas algo físico ou uma conseqüência de uma vida repleta de traumas?!

Tantas perguntas a serem feitas... O que será que Michael Jackson enxergava quando se olhava no espelho? Ou quem ele tentava ser? Talvez um Peter Pan...

Michael Jackson não conseguiu concretizar seu retorno triunfal, mas certamente como homenagens rendidas a ele, seus cds voltaram à lista de mais vendidos, porque, dentre tantas dúvidas, a única certeza que se tem é que ele é o eterno rei do pop.

Produção dos alunos - Por Camila Oliveira



Intérpretes: Nicole Kidman (atriz) e Rodrigo Santoro (ator).
Comentário: A propaganda é para anunciar o novo lançamento da grife Chanel, porém, durante todo o momento o que é passado para o consumidor é a vida de uma celebridade, cheia de glamour e ostentação. Celebridade tal que quer se sentir mais humana, que possa ser ela mesma perto de alguém, sem a idealização do mundo do entretenimento.
"Em parte, claro, esses avais sugeriam que a aura da celebridade penetraria no consumidor que usasse o produto indicado, colocando-o assim, ao menos em imaginação, do outro lado do vidro, junto com a celebridade. Em parte, no entanto, sugeriam também que a aura da celebridade penetrara no produto, colocando assim o próprio produto do outro lado do vidro. Uma vez que a celebridade era criada pela publicidade, não demorou muito para que os especialistas aprendessem que os produtos podiam tornar-se célebres por meio da promoção, da mesma maneira que as pessoas. "O produto nacionalmente anunciado é a celebridade do mundo do consumo", escreveu Daniel Boorstin em The Image, reconhecendo o processo. "Ele é notório por sua notoriedade, e esse é um de seus ingredientes mais fascinantes"." - Neal Gabler.

Produção dos alunos - Por Júlia Pacheco

A Espetacularização da Morte





Interpretando o conceito de espetáculo em Guy Debord, o jornalista ARBEX JR. (2001) diz que o que é espetacular é a própria sociedade, e o espetáculo “não consiste apenas na multiplicação de ícones e imagens, principalmente através dos meios de comunicação de massa, mas também dos rituais políticos, religiosos e hábitos de consumo, de tudo aquilo que falta à vida real do homem comum: celebridades, atores, políticos, personalidades, gurus, mensagens publicitárias – tudo transmite uma sensação de permanente aventura, felicidade, grandiosidade e ousadia. O espetáculo é a aparência que confere integridade e sentido a uma sociedade esfacelada e dividida”. (ARBEX JR., J. “Showrnalismo – a notícia como espetáculo”. São Paulo: Casa Amarela, 2001).

O espetáculo é contemplação, um mundo onde a vida real – pobre e fragmentária – faz com que cada cidadão comum abdique do seu papel de protagonista para tornar-se espectador. Obrigado a contemplar o outro e a consumir passivamente as imagens de tudo o que lhes falta em sua existência real, eles passam a olhar um outro idealizado (atletas, artistas, cantores de rock, prostitutas grã-finas, políticos, celebridades instantâneas e desnecessárias etc.). Um outro radicalmente diferente e inalcançável, cuja fama é ou deveria ser a expressão de uma realização extraordinária. No espetáculo, o contemplador aceita viver por procuração. Delega aos “superiores” a vivência de emoções e de sentimentos que se julga incapaz de atingir.

A era do espetáculo é também a era das celebridades. Elas são os ícones da cultura da mídia, os deuses e deusas da vida cotidiana, simulando uma superioridade fictícia. São adorados pelos fãs, que se identificam a tal ponto que cada um se imagina no lugar de seu ídolo ou do ‘objeto’ da sua admiração, aspirando à condição de famoso. O outro sou “eu” que deu certo graças às circunstâncias.

Para alguém se tornar uma celebridade é preciso ser reconhecido como uma estrela no campo do espetáculo, seja no esporte, no entretenimento ou na política. Exatamente como as marcas das empresas, as celebridades se tornam marcas para vender seus produtos como Madonna, Michael Jackson, Tom Cruise ou Jennifer Lopez. Na era do espetáculo, entretanto, as celebridades estão sempre sujeitas a escândalos e, é claro que, dentro dos limites, aquilo que é “ruim” e as transgressões também podem vender, de forma que o espetáculo sempre contém os dramas de celebridades que atraem a atenção do público.

Então, esses consumidores, ou melhor, voyeurs que se deliciam com as intimidades alheias, iludidos pela sensação de que as grandes estrelas do cinema são eternamente felizes; reis e rainhas jamais cometem um pecado venial; homens de negócios bem sucedidos nunca sofrem. O espetáculo é a afirmação da aparência. No entanto, quando descobrem que Papai Noel não existe ou que Chapeuzinho Vermelho tinha um caso com o Lobo Mau, passam a ter um mórbido prazer em testemunhar a desgraça alheia.

Na era do espetáculo, cuidadosamente medida pelas oscilações do ibope, tem-se nas tragédias humanas um dos principais carros-chefe, e a espetacularização ao entorno da morte de celebridades é uma delas. A repetição exaustiva de cenas da morte de determinada celebridade garante, certamente, uma bela audiência, foi assim com o Mamonas Assassinas, Princesa Diana, Ayrton Senna, John Lennon, Michael Jackson, e tantos outros. No mercado das emoções promovido pela força do negócio do entretenimento, tudo passa a se banalizar e transforma-se em show, onde há prateleiras para todos os gostos.

O espetáculo é uma mercadoria, de todos os gostos e sabores. No seu bojo, é um fetiche, de forma elaborada e massiva, oferecida de maneira aparentemente gratuita, num contexto social de busca pelo bem estar instantâneo. O interesse pelo trágico, pelo esdrúxulo e pelo escabroso, reflete a ausência de instâncias vivenciais complementares da alma humana. Tudo se confunde nessa sociedade.

O artista plástico Andy Warhol, na década de 1960 foi profético sobre esta nova era. Com a frase: "um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama", ao comentar obras próprias baseadas em acidentes automobilísticos; levantou questões importantes sobre a banalização da dor, da tragédia. Na obra “Sixteen Jackies” (imagem 1), as imagens da dor pela perda de um ente querido, estampada e banalizada por todos os tablóides mundo afora, não era a de uma cidadã comum, era a imagem de Jacqueline Kennedy. Warhol multiplica a imagem dezesseis vezes numa crítica à espetacularização da dor.

Produção dos alunos - Por Felippe Alvaro

notícia: "A família de Edison Mayer, de Lajeado (RS), teve uma surpresa ao deixar a louça para o dia seguinte: a gordura seca formou uma imagem semelhante a do cantor Michael Jackson, morto na semana passada aos 50 anos. O fato curioso aconteceu no último sábado após a família prepara uma carne assada."



Comentário: Michael Jackson não só viveu um espetáculo, sua morte também é espetáculo.

Produção dos alunos - Por Letícia Xavier


 A imagem é uma crítica a essa situação em que passamos nos dias de
hoje, na qual o culto ao corpo chegou a ser tão importante que o uso
de ferramentas de edição de imagem é indispensável antes de qualquer
uma se tornar pública, de forma que, em algumas situações (como a
tomada de exemplo: Suzana Vieira quando saiu na capa de uma revista e,
ao lado, sua imagem na praia, aparentemente sem o uso de photoshop)
essa modificação se torna exagerada e infiel à realidade.


Produção dos alunos - Por Jesiel Araujo

Este vídeo é uma espetacularização do meu caminho para a faculdade onde faço uma associação da vida de um personagem de video game (Super Mario) com a minha própria.
Através da linguagem da trilha sonora que tem correspondência de cada parte com uma fase do jogo em que a personagem se encontra em diferentes situações (terra, sob a terra, água e terra de novo) armei um espetáculo encaixando a trilha sonora no meu percurso que se assemelha ao do Super Mario, já que passo tanto por terra como por baixo dela como pela água.
Aproveitei também para fazer uma espécie de propaganda utilizando o espetáculo do meu percurso para mostrar como os muitos espetáculos midiáticos estão presentes nos momentos mais corriqueiros como uma caminhada para a faculdade.

Produção dos alunos - Por Mayara Soares

O diabo veste Prada – uma análise crítica sobre o espetáculo.

Andrea Sachs (Anne Hathaway) é uma jovem recém formada que procura um trabalho num jornal onde realmente possa escrever, no entanto até conseguir prestigio para tal, candidata-se a um lugar de assistente numa revista de moda. A revista de moda é a Runway, e a função em questão será para trabalhar diretamente com uma das mulheres mais poderosas no mundo da moda, Miranda Priestly (Meryl Streep). Miranda é uma mulher poderosa, que abusa dos seus trabalhadores, que morrem de medo dela. Rodeada de pessoas bem vestidas e que respiram moda e tudo o que a ela diz respeito, Miranda é o diabo em pessoa. Trabalhar como sua assistente representa deixar de ter vida própria, adivinhar os seus desejos e o mais importante de tudo satisfazer todos eles. Andrea torna-se uma mulher bem vestida, conforme o cargo e o local onde trabalha. Para inveja de muitos, torna-se o braço direito de Miranda, mas começa a esquecer de sua vida pessoal, a deixar de lado valores que para ela já foram fundamentais.

Logo no início do filme é caracterizada a oposição entre os mundos de Andrea e as demais funcionárias de Miranda Priestly, que aspiram ser o chamado “braço direito”. A diferenciação é cabida devido à exibição das personagens vestindo-se num dia de manhã. Enquanto Andrea vestia roupas tidas como feias, cafonas ou fora de moda, Emily vestia-se como o mundo exige dela, ou seja, marcas e estilistas famosos.

Em determinada parte do filme, Andrea não consegue realizar um dos desejos mirabolantes de sua chefe. Sendo assim, Miranda a chama e a humilha. Afirma que o motivo de tê-la contratado foi já ter sofrido decepções anteriores com funcionárias bonitas e bem vestidas, por esta razão, decidiu arriscar contratando uma mulher sem as características estéticas desejadas, mas com currículo admirável. Andrea ao ouvir tais palavras, decide “dar a volta por cima”, se relacionando com um estilista e deixando-o definir como e o que deveria usar.

As cenas descritas acima aludem à teoria do cineasta Guy Debord em relação à chamada sociedade do espetáculo. O espetáculo é mediado pela visão, através das imagens. O conceito é abrangente para descrever a sociedade do consumo, indo da produção à exibição de mercadoria e seus efeitos.

Nas palavras de Debord: “O espetáculo é o momento em que o consumo atingiu a ocupação total da vida social”.

Debord sofreu claras influências marxistas, cujas teorias também são descritas ao decorrer do filme, tal como a subordinação do empregado ao patrão opressor.

Produção dos alunos - Por Ana Carolina Martins


Adorno Agradece.

Produção dos alunos - Por Taís Xavier

Análise da música “Admirável chip novo”

A partir da letra dessa música, somos remetidos ao conceito de Gilles Deleuze sobre as sociedades de controle. O próprio nome da música, além de fazer uma alusão do livro de Aldous Huxley, onde uma sociedade futurista era descrita (Admirável mundo novo; 1932), já nos traz um elemento bastante revelador da sociedade pensada por Deleuze: o chip.

O trecho onde a cantora diz que “nada é orgânico, é tudo programado” reforça a idéia desse novo modo de exercer controle sobre os indivíduos, especialmente se levarmos em consideração o fato de que é possível relacionar determinadas sociedades e certos tipos de máquinas e que, segundo Deleuze, “as sociedades de controle operam por máquinas de uma terceira espécie, máquinas de informática e computadores”. Cada passo, cada ação, tudo é possível de ser controlado e monitorado, a todo o momento e em todos os lugares.

Para além disso, de acordo com o que Deleuze menciona sobre uma mudança no sistema capitalista, o qual deixou de ser dirigido para a produção e voltou-se para o produto e para a venda, o refrão da música é bastante emblemático. Uma vez que o marketing passou a ser instrumento de controle social e que somos constantemente “bombardeados” por propagandas com verbos no modo imperativo, “Admirável chip novo” nos coloca diante de uma realidade bem familiar. O tom apelativo e sutil é substituído aqui por palavras de ordem, especialmente de consumo e por conseqüência “o homem não é mais o homem confinado, mas o homem endividado”.

Eis então a letra na íntegra, para reflexão.

Pitty – Admirável chip novo

Pane no sistema, alguém me desconfigurou
Aonde estão meus olhos de robô?
Eu não sabia, eu não tinha percebido
Eu sempre achei que era vivo
Parafuso e fluído em lugar de articulação
Até achava que aqui batia um coração
Nada é orgânico, é tudo programado
E eu achando que tinha me libertado
Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste e viva

Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça
Use, seja, ouça, diga...
Não senhor, Sim senhor (2x)

Mas lá vem eles novamente
E eu sei o que vão fazer:
Reinstalar o sistema.

Videoclipe disponível em http://www.youtube.com/watch?v=aXJ_Ub1xbhw

Produção dos alunos - Por Luana Furtado

Publicidade e propaganda no mundo do espetáculo



O vídeo cujo título é Beauty Pressure (Pressão da Beleza) é uma propaganda de uma grande marca do ramo de beleza e cosméticos do grupo Unilever: Dove. Ele faz um alerta quanto ao uso excessivo da imagem e o estereótipo do corpo perfeito estipulado pela moda e pela mídia.
O culto à imagem e a aparência se tornou à ideologia dominante na sociedade do espetáculo. As relações entre os homens já não são mediadas apenas pelas coisas, como no fetichismo da mercadoria de que Marx falou, mas diretamente pelas imagens como anunciou Debord. É a substituição do TER com o PARECER.
Uma das cenas que mais chama atenção no vídeo é referente às cirurgias plásticas, que hoje já virou uma coisa banal. As pessoas arriscam sua própria vida por vaidade ou capricho, para serem “mais aceitos” pela sociedade. E o padrão de referência de beleza geralmente são celebridades que são um grande exemplo de personagens da sociedade do espetáculo. A mídia recorre da boa imagem que esses artistas têm para anunciar seus produtos, e o consumidor acaba fazendo associação daquele determinado artista de prestígio a uma marca. Portanto, a mídia aparece com função de incrementar o consumo na sociedade do espetáculo.
Pela mediação das imagens e mensagens dos meios de comunicação de massa, os indivíduos em sociedade abdicam da dura realidade dos acontecimentos da vida e passam a viver num mundo movido pelas aparências e consumo permanente de fatos, notícias, produtos e mercadorias. Os espectadores não encontram o que desejam; eles desejam o que encontram.

Produção dos alunos - Por Julia Guedes

Impressões sobre a Sociedade do Espetáculo


Na palestra de 5ª feira, na Casa de Rui Barbosa, a professora Paula Sibilia fez uma apresentação sobre o aperfeiçoamento do corpo. Ao meu ver, é possível relacionarmos diretamente essa questão com as características da “ Sociedade do Espetáculo”, explicada e denominada desta maneira por Debord.

Durante a apresentação, Paula sugeriu diversos exemplos de famosos que modificaram seus corpos para se adequarem às imagens padrões que são solicitadas por essa sociedade. Imagens essas que só tem valor, e só fazem valer a pena tanta transformação e cirurgia do corpo porque nessa sociedade a visão e a confirmação do olhar do outro é extremamente importante.

O ser que havia se transformado em ter, na época do capitalismo industrial, se torna parecer, aparecer com a sociedade do espetáculo, no capitalismo pós-industrial. As pessoas são o que mais aparentam.

Um dos exemplos utilizados durante a palestra, de pessoa que “aperfeiçoam” o corpo, é um ótimo exemplo desse enquadramento na sociedade do espetáculo: Michael Jackson. O cantor ,ao meu ver, foi o artista que mais modificou seu corpo, ou seja, só por isso já estava totalmente fixado nesse tipo de sociedade,mas além desse ponto, ele era um artista conhecido não somente por seu estilo de dança ou musica e videoclipe, mas também era conhecido pela sua vida pessoal. As pessoas acompanhavam sua vida e isso pode ser observado com mais clareza com o seu falecimento, em que muitas pessoas declararam perder sua vida junto à morte do cantor e assim perder sua razão de viver. Além disso, o seu próprio enterro está virando um espetáculo. Será aberto ao publico e em torno dele esta havendo uma grande movimentação digna de um evento de Oscar.

Nessa sociedade podemos nos fazer diversas questões: até que ponto esse aperfeiçoamento é valido? Qual seria o problema de fazer a morte de alguém um espetáculo se esse alguém já era um espetáculo em vida, ou será que no momento da morte os valores tradicionais são recuperados?

Enfim, estamos ainda vivendo essa sociedade e muitas questões ainda vão ser levantadas e muitas ainda não foram resolvidas. Segundo a professora Paula, há ainda uma fronteira muito confusa, tanto no nosso cotidiano como no nosso imaginário, sobre a diferença do natural e do artificial. Acredito eu, que esse sentimento de confusão não ocorra somente em relação a esse ponto. Atualmente, a fronteira entre o que se designa sociedade do espetáculo e o que não se enquadra nela também esta muito confusa, na medida em que nossas próprias vidas também são consideradas espetáculo.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Érika Xavier

Até que ponto?

Ópio do povo: televisão

Até que ponto apenas visão?

Até que ponto mera comunicação?

E como diz ser se sim, ou não

Cultura

Sociedade

Política

Ficção

Sim, manipulação.

De que vale, realmente, a televisão?

Problemática operação

Perigosa aproximação

Diversão, cautela

Alienação:

Televisão.

Por Érika Xavier



Poema que aborda a interpretação de Adorno a respeito da televisão, estudada em sala com base no texto “Televisão, Consciência e Indústria Cultural”.


Produção dos alunos - Por Lonya Gomes

Eu, etiqueta

Em minha calça está grudado um nome

Que não é meu de batismo ou de cartório

Um nome... estranho.

Meu blusão traz lembrete de bebida

Que jamais pus na boca, nessa vida,

Em minha camiseta, a marca de cigarro

Que não fumo, até hoje não fumei.

Minhas meias falam de produtos

Que nunca experimentei

Mas são comunicados a meus pés.

Meu tênis é proclama colorido

De alguma coisa não provada

Por este provador de longa idade.

Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,

Minha gravata e cinto e escova e pente,

Meu copo, minha xícara,

Minha toalha de banho e sabonete,

Meu isso, meu aquilo.

Desde a cabeça ao bico dos sapatos,

São mensagens,

Letras falantes,

Gritos visuais,

Ordens de uso, abuso, reincidências.

Costume, hábito, permência,

Indispensabilidade,

E fazem de mim homem-anúncio itinerante,

Escravo da matéria anunciada.

Estou, estou na moda.

É duro andar na moda, ainda que a moda

Seja negar minha identidade,

Trocá-la por mil, açambarcando

Todas as marcas registradas,

Todos os logotipos do mercado.

Com que inocência demito-me de ser

Eu que antes era e me sabia

Tão diverso de outros, tão mim mesmo,

Ser pensante sentinte e solitário

Com outros seres diversos e conscientes

De sua humana, invencível condição.

Agora sou anúncio

Ora vulgar ora bizarro.

Em língua nacional ou em qualquer língua

(Qualquer principalmente.)

E nisto me comparo, tiro glória

De minha anulação.

Não sou - vê lá - anúncio contratado.

Eu é que mimosamente pago

Para anunciar, para vender

Em bares festas praias pérgulas piscinas,

E bem à vista exibo esta etiqueta

Global no corpo que desiste

De ser veste e sandália de uma essência

Tão viva, independente,

Que moda ou suborno algum a compromete.

Onde terei jogado fora

Meu gosto e capacidade de escolher,

Minhas idiossincrasias tão pessoais,

Tão minhas que no rosto se espelhavam

E cada gesto, cada olhar

Cada vinco da roupa

Sou gravado de forma universal,

Saio da estamparia, não de casa,

Da vitrine me tiram, recolocam,

Objeto pulsante mas objeto

Que se oferece como signo dos outros

Objetos estáticos, tarifados.

Por me ostentar assim, tão orgulhoso

De ser não eu, mas artigo industrial,

Peço que meu nome retifiquem.

Já não me convém o título de homem.

Meu nome novo é Coisa.

Eu sou a Coisa, coisamente.

Carlos Drummond de Andrade

Na sociedade do espetáculo o que importa são as imagens e parecer. Você é o que parece cujo a personalidade é formada pelo exterior e pela aparência. Comandada pelo consumo e pelos desejos. A aparência tornou-se fundamental para ser alguém e consumir virou entretenimento e tornou-se um espetáculo.
No texto de Drummond apresentado explicita um indivíduo que tornou a vida um espetáculo, ele é o que parece ser. Sendo que o comanda é o consumo e os desejos de cada vez mais ser o que não é.

Produção dos alunos - Por Júlia Câmara Alves

Links de vídeos do programa Esquadrão da Moda:

http://www.youtube.com/watch?v=_IIvGONAnU4

http://www.youtube.com/watch?v=CDMO9DEPYcM

Descrição do Programa Esquadrão da Moda:

Esquadrão da Moda é um reality show exibido pelo SBT terças, às 20h, que ensina o telespectador a entender o que vestir e, principalmente, o que ele não deve usar. A top model e consultora Isabella Fiorentino e o stylist Arlindo Grund formam o casal de especialistas em moda que tem a dura missão de ensinar às "vítimas" como se vestir bem e com estilo.

O exemplo do que acontece em suas outras versões fora do Brasil - originalmente da BBC, chamado "What not to Wear" -, no Esquadrão da Moda do SBT, mulheres consideradas sem estilo ou que simplesmente se vestem de forma inadequada são indicadas por amigos e familiares para participar do programa.

Sem que as participantes saibam, elas são filmadas com câmeras escondidas durante duas semanas em cenas do seu cotidiano, trajando seus "modelitos incríveis". O próximo passo é a abordagem à vítima, sempre feita de forma inusitada pelos apresentadores. Nela, as mulheres são informadas que estão no programa. Assim, vítima, amigos, familiares e o Brasil assistem aos flagras, acompanhados dos comentários implacáveis de Arlindo e Isabella.

No espelho 360°, a vítima confronta seus piores pesadelos, mas aprende a se enxergar sob um novo olhar, além de descobrir, por meio de regras fáceis, como ter estilo e ser elegante.

Após essa traumática experiência, a vítima enfrenta a maior aventura de sua vida: gastar 10 mil reais em roupas! Claro que sempre de acordo com as dicas de moda dos nossos especialistas. Ao final de dois dias de compras, a participante ganha uma mudança radical em seu visual sob a responsabilidade do cabeleireiro renomado Rodrigo Cintra e da maquiadora-chefe da M.A.C, Vanessa Rozan, que dão um toque final na transformação.

Com a auto-estima recuperada, um guarda-roupas repleto de trajes lindos, novos e muito elegantes, a participante reencontra familiares e amigos em uma comemoração na qual todos aguardam ansiosos para conhecer seu novo estilo.

Meu comentário do programa de acordo com as teorias de dois autores estudados:

A partir da descrição e dos vídeos do programa "Esquadrão da Moda" é possível perceber que hoje em dia a maioria dos produtos da indústria cultural são ligados a imagem, ao entretenimento e ao espetáculo. A pessoa pode se vestir de um jeito que seja estranho perante toda a sociedade e se sentir bem, mas ela sempre estará sendo julgada pelas leis da imagem e da sociedade. A relação entre as pessoas passa a ser mediada pela imagem, e também tudo o que era vivido diretamente, torna-se uma representação. Portanto, para mim não há forma inadequada ou adequada de se vestir, cada um tem seu próprio estilo e jeito, mas na sociedade de hoje as pessoas precisam aprender a se vestir, o que é uma grande conseqüência do final do século XX quando o principal negócio passou a ser o entretenimento. Na medida em que a vida ficava cada vez mais parecida com um filme, toda a economia parecida estar se reorientando para servir à produção do entretenimento. As indústrias que mais cresciam eram as ligadas ao entretenimento, entre elas estava à indústria da moda, que se poderia considerar, hoje em dia, como fornecedora do guarda-roupa para o filme-vida. Sempre houve um segmento da sociedade ligado a moda, que dependendo da época poderia ter a finalidade de assinalar o status da pessoa ou demonstrar a personalidade do indivíduo. A moda faz parte da estética pessoal do entretenimento e da espetacularização. Nas últimas décadas o crescimento da indústria cultural que Adorno tanto criticou, possibilitou a criação de mais espetáculos e sua multiplicação, que por sua vez ganharam importância em novas áreas da sociedade, excedendo em muito a sua função original no mundo das culturas de massa. No universo da informação é impossível não notar a espetacularização, que fica evidente em meios de transmissão de dados, através dos jornais virtuais interativos ou simplesmente na constatação do incrível sucesso dos tablóides de info-entretenimento. Por isso hoje em dia vemos na televisão vários programas como este ligados a imagem, ao entretenimento e a espetacularização de tudo.

A idéia do programa sem dúvida é totalmente direcionada para o entretenimento desde o momento em que a tal "vítima" é filmada em sua vida cotidiana usando suas roupas que para todos que vêem não estão de acordo com a sociedade ou então com o estilo da pessoa, ou seja, o que era uma curiosidade passou a ser um bem vendável e até o centro das atenções de um programa. A pessoa após ver sua imagem em frente a um espelho e ouvir que não se veste de acordo com a moda deve gastar 10 mil reais para alimentar o vício do padrão de beleza existente na sociedade contemporânea e para afirmar a espetacularização e a vida como um entretenimento.

Produção dos alunos - Por Matheus Marins

Yahoo! Go e a sociedade de controle

Site da propaganda e produto analisados: http://br.mobile.yahoo.com/go/comm


Yahoo! Go é um exemplo de dispositivo de controle característico de sociedades contemporâneas. Eles são atraentes, práticos, passam à primeira impressão, que vieram trazendo apenas vantagens para o seu dono pois estarão sempre disponíveis em qualquer lugar, mas, tão logo, percebe-se que o seu dono é que passa a viver em função do aparelho e que quem passa a estar sempre disponível em qualquer lugar, é ele.
Basta que seja feita a relação com a sociedade de controle, por Gilles Deleuze, para que se perceba como a demanda do serviço em análise (Yahoo! Go) constitui e reflete as características dessa sociedade. Como característica principal, a sociedade do controle não precisa do confinamento dos indivíduos (característica da sociedade disciplinar), pois este já estaria ultrapassado por se ter à disposição mecanismos mais sofisticados que permitem o controle dos indivíduos sem que estes precisem estar confinados em um mesmo ambiente, como uma prisão.
Na publicidade em análise, as frases “E-mail móvel do jeito que deve ser." e “Compartilhe suas fotos. Observe o mundo.” (e seja observado pelo mundo) permitem perceber a mudança da ideia de tempo na sociedade (e maior ansiedade também (Vide banner principal do anúncio)) e a submissão do indivíduo às formas de controle. A necessidade de estar sempre conectado e informando o que se está a fazer é exemplo do autocontrole contemporâneo, que utiliza aparelhos como Yahoo! Go (“que o manterá conectado enquanto estiver em trânsito.”) para funcionar.
A necessidade de uma agenda para o gerenciamento de seu dia-a-dia é reflexo da falta de tempo contemporânea, quando se tem a impressão de que sempre há algo a se terminar, nada está pronto por completo. Muitos compromissos que surgem inesperadamente e com horários que quase se sobrepõem.
Yahoo! Go pode ser usado tanto para entretenimento quanto para trabalho. Nem pense em sair em férias sem seu celular, caso contrário, sua tia vai ficar pensando que era você a vítima daquele acidente na estrada com dois caminhões e já estarão rezando sua missa de sétimo dia quando voltar só porque você não atendeu o celular. Não deixe também de instalar Yahoo! Go em seu aparelho. Se não, antes mesmo de chegar ao seu destino, seu chefe já terá perdido todos os cabelos por causa de um relatório que saiu de última hora que não pôde ser adiado, então vai acabar invadindo o seu descanso e você nem sabe ainda...

Faça o download do Yahoo! Go


Produção dos alunos - Por Carlos Roberto C. Filho

Um Estranho no Ninho e o Poder Psiquiátrico de Michel Foucault

O filme Um Estranho no Ninho, ganhador de 5 cincos prêmios Oscar no ano de 1975, baseado no livro homônimo de Ken Kesey e dirigido por Milos Forman, conta a história de Randle P. McMurphy (Jack Nicholson) que é condenado a prisão por namorar uma garota de 15 anos e tentando se livrar do regime disciplinar da penitenciária começa agir como louco. Então ele é mandado para um manicômio para que possa ser avaliada a sua condição mental, na cena em que acontece o primeiro encontro entre o diretor da instituição psiquiátrica e McMurphy, de um lado temos o médico com a ficha que é o registro feito na prisão sobre o seu comportamento, segundo Foucault para que o poder disciplinar possa ser global e contínuo o uso da escrita passa a ser necessário, e do outro lado temos o prisioneiro/interno que deixa claro que o único motivo pelo qual ele ter sido preso foi não viver como um vegetal.
A vida no manicômio não será melhor do que a vida na prisão, as regras serão impostas de uma forma bem clara pela enfermeira Ratched (Louise Fletcher) que comanda a ala em que ele está internado, a rotina irá ser constituída por exercícios de respiração, terapias em grupo, banhos de sol, entre outras práticas que possuem como finalidade uma ocupação do tempo e corpo dos internos. McMurphy não se adapta as regras daquele hospital e acaba desafiando a enfermeira que acredita na prática da sua função e no uso de uma disciplina extremamente rígida.
Devido ao comportamento rebelde o protagonista em questão acaba recebendo punições como eletrochoque, racionamento de cigarros dos seus companheiros de ala, a maioria dos seus companheiros não são internos, estão naquele confinamento voluntariamente e ao contrário do McMurphy aceitam todas as imposições, regras da instituição, porque eles buscam uma normalização para que possam se tornar indivíduos aceitos socialmente, algo semelhante ocorre com outro interno, o índio chamado de Chefe que finge ser surdo- mudo.
No Final do filme após uma frustrada tentativa de fuga que acaba terminando em um suicídio de um voluntário/interno e também no quase estrangulamento da enfermeira Ratched, Randle P. McMurphy aparece lobotomizado, ou seja, se não foi possível através das normas instituídas moldá-lo, uma intervenção física foi necessária para transforma ele no vegetal que se recusava tanto a ser.

Produção dos alunos - Por Jander Brunn

O link do vídeo abaixo traz um quadro do programa “Pânico na TV”, chamado “O Impostor”. A cada semana, o protagonista do quadro recebe uma missão de invadir, sob disfarce, um evento importante, uma festa de famosos, uma transmissão de outra emissora de TV, entre outros. É um ótimo exemplo para ilustrar o texto “Vida, o Filme” de Neal Gabler, e seus conceitos. O “parecer para ser” é aplicado com sucesso pelo impostor, que consegue driblar esquemas de segurança simplesmente agindo naturalmente como um convidado do evento.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Produção dos alunos - Por Fernando Benevides



Câmeras de Vigilância: Panóptico moderno ou apenas ferramentas elucidativas
Pan vem do grego παν, que significa "tudo" ou "todos". Assim Pan-óptico ou Panóptico, ver tudo ou todos.
Podemos relacionar o termo Pan, à capacidade de uma câmera de vigilância de fazer rotação de cento e oitenta ou até trezentos e sessenta graus, ou ainda ao fato de que muitas câmeras juntas exercem uma vigilância estendida no espaço e no tempo.
Grandes metrópoles pelo mundo vêm empregando câmeras de segurança na prevenção de crimes. Cidades como São Paulo e Londres possuem milhares de câmeras espalhadas por todos os cantos. Porém, para que elas funcionem efetivamente na prevenção de crimes, é necessário que se tenha uma pessoa por traz de cada câmera, o que não é economicamente viável. Fica a dúvida: será que estou sendo observado?

Câmeras falsas têm sido empregadas como uma espécie de panóptico eletrônico. Câmeras falsas têm objetivo diferente das câmeras verdadeiras, que é o de vigiar, o objetivo é apenas serem vistas e assim, tentar inibir a ação dos criminosos. Como no modelo arquitetônico de Bentham, quem supostamente vigia não pode ser visto. Assim se obtém disciplina não por estar sendo vigiado, mas por poder estar sendo vigiado.

A apropriação total do indivíduo, apropriação do corpo, controle contínuo. Temos aqui, a primeira vista, a configuração de um modelo clássico de poder disciplinar. Resquício de
sociedade disciplinar dentro de uma sociedade de controle, onde quem rompe com a ordem é punido. Mas como dito anteriormente não há para cada câmera um par de olhos humanos. A apropriação nesse caso não é total, e o controle por sua vez não é contínuo, é fragmentado, parcial.
Temos exemplos diários de ações criminosas capturadas por câmeras de segurança, ações que se desenrolam frente às câmeras. Vamos pegar o exemplo de São Paulo e Londres. As câmeras de vigilância da pinacoteca não cumpriram com o objetivo de prevenção quando quadros foram roubados das galerias. As câmeras da cidade de Londres também não impediram os ataques terroristas de 2005. Mas em ambos os casos as imagens recuperadas foram usadas pelas autoridades policiais na elucidação dos casos.

Concluo que as câmeras de vigilância têm função dupla. Primeiro a de tentar evitar que o ato criminoso aconteça, inibindo quem o pratica. E em segundo lugar, no caso do revés disciplinar, elucidar o fato ocorrido, para que se puna aquele que o cometeu.

Produção dos alunos - Por Mayara Soares