Ser alvo de bullying é legal? Não, não é. De jeito nenhum. A prática existe bem antes desse nome em inglês ser adotado mundo afora. Trata-se do ataque de um grupo a uma pessoa, fisicamente ou moralmente. Isso acontece muito nas escolas, mas também no trabalho e na internet. O assunto é sério. E Geisy Arrruda, a "nova celebridade do Brasil", participante com destaque da terceira edição do programa "A Fazenda" começou sua escalada para a fama dessa maneira. Sendo alvo de bullying.
Sim, depois de ser agredida na faculdade Uniban porque usava um vestido curto (e ter a cena filmada e colocada na internet) a garota conquistou o que milhões de aspirantes à fama sonham quando concorrem por uma vaguinha no "Big Brother": em um ano, fez lipo, deu entrevistas na TV, virou alvo dos sites de fofoca, participou de eventos, lançou uma grife. E, agora, volta à cena com força total, como uma das protagonistas do reality show.
Geisy tem grandes chances de ganhar dois milhões no tal programa da Record, que é formado por um elenco de celebridades "lado B". Ou seja, se não tivesse sido alvo de bullying pelos colegas da faculdade, não estaria tendo a "honra" de conviver com Monique Evans e Sergio Malandro, o que pode parecer um pesadelo para muita gente, mas é o sonho de muitos que querem sair da tal vala comum chamada "anonimato".
Logo no primeiro episódio do programa, ela disse algo do tipo: "Eu não era nada, aí fui com aquele vestido na faculdade". Como assim não era nada?. Ela sempre foi, no mínimo, um ser humano. Mas a moça é criada em um tempo em que, se você não aparece, você "não é nada".
O mais curioso é que ela continua sendo alvo de bullying. Virou a "fazendeira" mais isolada pelos outros participantes do programa. Todos falam mal dela. E telespectadores, não sem motivo, se revoltam com "essa menina que não é nada" e comete erros de português.
Mas Geisy tem, também, sua torcida. Muitos querem que ela seja vencedora.
Geisy Arruda é vítima de bullying em "A Fazenda 3"
Por que torcer por Geisy? Provavelmente por nos identificarmos com alguém que foi alvo de um dos casos de bullying mais famosos dos últimos tempos. E que soube faturar em cima do "ataque" e virar o jogo. Quase todo mundo já sofreu bullying, em pequena ou grande escala. Ou você nunca foi isolado na escola por aquele grupo de populares? Ou nunca foi alvo de algum boato no trabalho e acabou sozinho no canto sem ter com quem almoçar? A diferença é que, quando fomos "atacados", no máximo, choramos. E Geisy, bem, ela conseguiu deixar de "ser nada". E ainda corre o risco de ficar rica. Nada mal. Mesmo.
Por Nina Lemos - Colunista da Folha
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
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