Exposição traz ao país a vanguarda mais ousada do início do século 20
Revista Bravo - Bruno Moreschi

No fim do século 19, pairava um lamentar nostálgico entre muitos críticos e artistas. Alguns repetiam que a Revolução Industrial fora péssima para a arte, agora repleta de peças baratas que tiravam a nobreza antes tão típica do ato de criar. Os mais sagazes reagiram com uma nova arte. Entre estes, os que chegaram mais longe foram os russos. O país do Leste teve uma fantástica efervescência criativa entre 1890 e 1930. Até 7 de junho no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília — no fim de julho, no Rio de Janeiro e, em setembro, em São Paulo —, a exposição Virada Russa: Coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo é uma oportunidade valiosa para se deparar com 123 obras do período conhecido como vanguarda russa.
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Em 1926, um jovem alemão, radicado no México, publicava o seu primeiro livro disposto a jamais dar um autógrafo ou sequer revelar sua identidade. O pseudônimo era usado com alguma freqüência naqueles tempos, mas o enigmático escritor abusou: sob a alcunha de B. Traven construiu uma obra de prestígio, com mais de uma dezena de títulos, teve um de seus romances - O tesouro de Sierra Madre - filmado por John Huston e conseguiu manter-se no mais absoluto anonimato por toda a vida. Nos dias atuais, isso seria impossível. Qualquer editor ou agente literário com um pé na realidade do mercado iria dissuadir um candidato a B. Traven de seguir o caminho da reclusão ou do anonimato. Escritor hoje é estrela. Em entrevistas, é instado a falar sobre os traços autobiográficos de sua obra e dar opinião sobre assuntos variados. Quando chega à lista dos mais vendidos, surgem os convites para conferências e as fofocas sobre a disputa do passe pelas editoras. Carisma, especialmente em eventos literários, é considerado importante.