quarta-feira, 16 de abril de 2008
Vídeos de Família: do fundo do baú para as telas de cinema (e para a Internet).
Apresentação no dia 14 de Abril do projeto de pesquisa de Lígia Diogo, aluna de mestrado em Comunicação da UFF.
De que maneira o movimento e o som, ao substituir a imobilidade e o silêncio dos álbuns de fotografias, alteraram a maneira como as pessoas lidam com memória e intimidade no seio familiar?
Neste projeto se pretende estudar a relação que as pessoas estabelecem com a imagem de si e de seus entes queridos e o papel da memória no contexto familiar. Considera-se como ponto de partida que o vídeo de família demarca um espaço de intimidade ímpar entre o homem contemporâneo e o audiovisual. Possui, invariavelmente, um conteúdo documental, com personagens, sentimentos e histórias reais. Esse grupo grande e heterogêneo de filmes (produzidos por empresas contratadas, ou por membros da própria família) registra tanto grandes eventos e festas familiares, como pequenos flashes cotidianos.
O desenvolvimento tecnológico - com o barateamento dos equipamentos de captura, armazenamento e exibição de vídeos digitais e a explosão da Internet – não apenas popularizou esses registros, mas os vem transformando. Até pouco tempo atrás, os vídeos eram feitos para que a memória familiar fosse guardada, fundamentalmente. Apenas pessoas íntimas os assistiam, em raras ocasiões. Hoje, é possível encontrar imagens da intimidade de famílias em sites na Internet ou mesmo nas salas de cinema. Muitos desses registros inclusive deixaram de ser guardados, sendo deletados do espaço virtual em poucas semanas. Será que o ato de exibir tornou-se mais importante do que o de recordar?
Lígia Diogo é bacharel em Comunicação Social (Cinema) e mestranda em Comunicação na UFF. Estudou História da Arte na Universidade de Tübingen, Alemanha (2004). Dirigiu a produção de quatro curtas em 16mm, alguns bastante premiados. Trabalhou como Assistente de Direção, Diretora de Elenco, Diretora de Arte e Figurinista. Dirigiu o curta-metragem em 16mm “Holanda”. Trabalhou em projetos de educação audiovisual, dentre eles, o curso de Televisão da Vila Olímpica da Maré e I Oficina de Vídeo do CRIAA - UFF. Foi assistente de produção executiva e coordenou as atividades paralelas do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro - Curta Cinema 2007.
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3 comentários:
Com o aumento da quatidade de fotos e vídeos proporcionados pela tecnologia, aqueles pouco momentos eternizados deixam de ter um status para rememorar, pois são tantas que não temos tempo de voltar a elas. Assim existe um maior distanciamente entre as fases da vida, não temos mais tempo de rever fotos de nossa infância, somente as fotos do passado recente, mais próximas do presente. Será que a história perderá sua importância?
Creio q sim...!
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